O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vive, desde a quinta-feira passada, uma das maiores crises de sua história. Embora tenha sido detonado pelo pedido de exoneração de duas diretoras e pela carta em que 18 coordenadores e gerentes de pesquisa do instituto tornaram pública sua discordância com as mudanças no cronograma e na metodologia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, o conflito entre a presidência e o corpo técnico tem crescido ao longo dos últimos meses e dá forma a um problema antigo do IBGE.
Nos últimos anos, o órgão tem enfrentado forte contingenciamento de verbas federais (só em 2014 chegou a 14%), redução do quadro efetivo, aumento das contratações temporárias e dificuldade em reter talentos (pelos salários inferiores aos de demais órgãos públicos).