O Estado de S. Paulo
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) confirmou nesta segunda-feira, 25, a parada para manutenção do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda, no Rio, desde a madrugada de domingo. O equipamento ficará desligado por 90 dias. Após esse prazo, a siderúrgica deverá avaliar as condições de mercado para então definir se retoma ou não as atividades. A empresa não informou se haverá mais demissões por conta da paralisação da unidade.
O alto-forno 2 responde por 30% da capacidade de produção total da usina, de 5,6 milhões de toneladas de aço ao ano, e tem 250 pessoas diretamente alocadas em sua operação. Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, parte desse pessoal vai atuar na própria manutenção e outros serão deslocados para o alto-forno 3, que concentra 70% da produção da usina.
Em princípio, vale o acordo fechado entre a CSN e o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense que prevê o fim das demissões após o corte de 700 pessoas neste mês. Os rumores sobre o fechamento do alto-forno começaram a circular no fim do ano passado, diante do agravamento da crise da siderurgia. A expectativa do sindicato era que a medida pudesse causar a demissão de 3 mil pessoas, o que levou à mobilização de políticos como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
“Não vai haver demissão agora. A empresa abafou o forno para fazer uma reforma que pode levar de 90 a 120 dias”, disse o diretor do sindicato, Carlos Santana. Sindicalistas do setor se mobilizam para ir a Brasília defender ações de desoneração para a siderurgia junto ao governo, como pedem as empresas.
Em meio à crise financeira global, em 2009, a CSN parou o mesmo alto-forno por três meses. Após os reparos e diante de sinais de retomada do setor, a empresa decidiu religar o equipamento, onde o minério de ferro é fundido para a produção de ferro gusa.
Usiminas. Enfrentando uma séria crise financeira, a Usiminas é outra siderúrgica que já parou fornos e começou a desligar coquerias na unidade em Cubatão, baixada Santista. No fim do mês, a siderúrgica mineira paralisará, temporariamente, a produção primária da usina, o que deve provocar uma demissão de cerca de 4 mil pessoas entre funcionários diretos e indiretos.