Fale com o Presidente Miguel Torres
11 3388.1073 Central de Atendimento 11 3388.1073

Desenvolvimento com justiça social

TENDÊNCIAS/DEBATES

Desenvolvimento com justiça social

PAULO PEREIRA DA SILVA

——————————————————————————–
A classe trabalhadora tem propostas para que tenhamos uma sociedade mais justa, com emprego digno, saúde e educação de qualidade
——————————————————————————–

O 1º de Maio é um dia em que celebramos as conquistas dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, apresentamos a eles as nossas novas bandeiras de luta.

O ato da comemoração, com reflexão e luta, unindo as centrais Força Sindical, UGT, CGTB, CTB e NCST, que neste ano acontece na Barra Funda, em São Paulo, reforça o posicionamento de unidade, cujos principais objetivos são a defesa dos avanços sociais e o fortalecimento da luta pela ampliação dos direitos dos trabalhadores.

Nas comemorações do Dia do Trabalho, a classe trabalhadora estará em atos e manifestações em dezenas de cidades, em todos os Estados, na luta por pauta unitária, que visa ampliar direitos.

É sempre importante reafirmarmos nossa luta nesta data, que é lembrada desde 1886, quando, nos EUA, trabalhadores foram reprimidos e mortos tão-somente porque lutavam pela redução das exaustivas jornadas e por melhores condições de vida.

O Dia do Trabalho nasceu sob o signo da reivindicação, e por isso é uma importante data para reafirmamos nossas reivindicações, aprovadas durante a Conferência da Classe Trabalhadora, no Pacaembu, em São Paulo. Um dos itens dessa pauta é a redução da jornada semanal de trabalho, sem redução salarial.

Vamos intensificar nossa mobilização visando a aprovação no plenário da Casa. Vale destacar que a implementação da medida tem o potencial de criar cerca de 2 milhões de postos de trabalho. Queremos, também, regulamentar a terceirização. É inadmissível o nefasto uso da terceirização para precarizar as relações de trabalho.

Protocolamos durante a semana, na presidência da Câmara dos Deputados, um requerimento, plenamente atendido pelo presidente Marco Maia, sobre a criação de comissão especial que irá elaborar um parecer sobre a terceirização em 45 dias. Demos um passo importante, mas precisamos persistir no diálogo e na luta pela aprovação dessa regulamentação.

A escalada dos juros no Brasil também é alvo de duras críticas. Somente no atual governo, a taxa Selic subiu por três vezes consecutivas, o que representa um duro golpe contra o crescimento econômico. Juros altos desestimulam os investimentos, estrangulam a produção e os empregos.

Os tecnocratas da equipe econômica têm uma visão míope sobre os juros e não percebem que a ameaça inflacionária vem de fora, da especulação com as commodities. Cada ponto a mais na Selic significa um acréscimo de R$ 19 bilhões anuais no custo da dívida pública, que já está em R$ 1,64 trilhão.

Não podemos nos calar, ainda, diante do nefasto fator previdenciário, que achata o valor das aposentadorias. As centrais têm propostas e querem dialogar democraticamente com a sociedade, com o governo e com o Congresso Nacional.

Esse mecanismo é perverso, principalmente para os menos favorecidos economicamente.

A classe trabalhadora tem propostas por uma sociedade mais justa, com uma melhor distribuição de renda, emprego digno, saúde e educação de qualidade.

PAULO PEREIRA DA SILVA, o Paulinho, 55, é presidente da Força Sindical e deputado federal (PDT-SP).