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Desenvolvimento e trabalho

Por Marcio Pochmann

Durante meio século, entre as décadas de 1930 e 1970, o Brasil transformou-se substancialmente de uma sociedade agrária e assentada na produção primária exportadora para uma nova condição social urbana e industrial. Não obstante os avanços em sua base material, sua estrutura produtiva manteve-se fortemente heterogênea, com a convivência de uma multiplicidade de níveis de produtividade do trabalho. A prevalência de uma estrutura produtiva heterogênea estimulou o funcionamento extremamente segmentado do mercado de trabalho por decorrência de padrões tecnológicos compatíveis com o uso e a remuneração demasiadamente assimétricos da mão de obra. Em geral, isso significou que parcela significativa da força de trabalho se mantivesse ocupada no exercício de atividade de baixa produtividade, muitas vezes ao nível da subsistência apenas. Assim, o desemprego aberto permanecia quase inexistente, concedendo a falsa impressão do pleno emprego conforme verificado na Europa do segundo pós-guerra.