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Dias: Não tem mais como revogar mudanças nas regras trabalhistas, agora tem que discutir

Jaelcio Santana

São Paulo – O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), afirmou hoje que não há como revogar as duas Medidas Provisórias (MPs) que preveem alteração nas regras de concessão de benefícios trabalhistas, como as centrais sindicais estão pedindo. Em entrevista à imprensa após reunião na Força Sindical, ele afirmou que “agora tem que se discutir” as medidas. Questionado, ele evitou falar até que ponto o governo está disposto a ceder às reivindicações dos trabalhadores.

Dias alegou que há um “consenso entre todos” de que algumas medidas tinham que ser tomadas para corrigir distorções e atualizar normas. “Não podemos assistir a esse número grande de rotatividade”, afirmou. Ele defendeu que o governo está disposto a discutir e lembrou que duas reuniões já foram realizadas com as centrais, na capital paulista, para tratar do assunto. No último encontro, foi acertada a criação de uma comissão tripartite, incluindo o Congresso Nacional na discussão.

A decisão de trazer os parlamentares para a mesa de negociação partiu das centrais, já que deputados e senadores terão de analisar duas Medidas Provisórias (MPs) com as mudanças. Trabalhadores querem evitar a aprovação das mudanças nas regras de concessão de benefícios como seguro-desemprego, seguro defeso e seguro defeso, consideradas por eles como perda de direitos. “Não tem mais como revogar. Agora tem que discutir”, afirmou o ministro do Trabalho.

Mais cedo, Manoel Dias defendeu as medidas como forma de estabelecer o equilíbrio na economia. Ele reconheceu, contudo, que a apresentação delas no fim do ano não foi das melhores, mas alegou que foi feita dessa forma por uma questão de prazos. A fala veio após ele ouvir inúmeras críticas de sindicalistas, que acusam o governo de ter “traído” a classe trabalhadora, ao anunciar as medidas “na calada da noite”, sem conversa prévia com os trabalhadores.