Basta a situação econômica e social dos trabalhadores começar a melhorar que surgem declarações colocando a continuidade dessa situação como risco à estabilidade, ao crescimento do País, ao combate à inflação. É o que podemos concluir da declaração recente do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência pública no Senado na última terça-feira (5/7).
Ele ressaltou que “é importante que nas negociações (salariais) fique claro que a trajetória de inflação estará apontando para baixo, 4,5%, sem olharmos para o retrovisor.” Ou seja, o trabalhador não deve reivindicar aumento salarial maior, tem que continuar vivendo com o dinheiro contadinho, mesmo.
Ou seja, ascensão econômica e social só é permitida às classes mais favorecidas, como sempre. O trabalhador não pode ultrapassar o limite da condição de dificuldades, que impede o acesso a uma vida mais digna, a uma moradia melhor, escolas de qualidade, transporte próprio, lazer, bens que propiciam conforto, saúde, enfim, ele tem que aceitar o que determinadas autoridades e a elite conservadora impõem para ele, e “contribuir” para a manutenção da inflação sob controle, para o controle de preços etc. etc.
Mas é justamente o contrário, aumento de salário, distribuição de renda contribuem para o crescimento, a inserção social e o combate à pobreza.
Os trabalhadores vão, sim, buscar aumento real de salário e mais benefícios sociais.