Dirigente da Força discursa na 105ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT

Assessoria de imprensa da Fequimfar

serginhooSérgio Luiz Leite, Serginho, Presidente da FEQUIMFAR e 1º Secretário da Força Sindical, foi escolhido pelas Centrais Sindicais brasileiras para falar, em nome dos trabalhadores do Brasil, na 105ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça

A 105ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho é o maior evento global sobre o mundo do trabalho. Teve início no dia 30 de maio de 2016, na sede da ONU, em Genebra, na Suíça, e é realizada anualmente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Esse ano, o presidente da FEQUIMFAR e 1º Secretário da Força Sindical, Serginho, foi escolhido pelas centrais Sindicais para proferir o discurso, em nome dos trabalhadores do Brasil.

O pronunciamento foi feito hoje e, em sua fala, Serginho ratificou os compromissos do Movimento Sindical brasileiro com a Agenda Sindical, tomados conjuntamente pelas Centrais, em defesa e por mais direitos para a classe trabalhadora.

Abaixo, a íntegra do discurso:

Gostaria de cumprimentar o nosso amigo e companheiro Guy Ryder, Diretor-Geral da OIT, a Sra. Mildred Oliphant, Ministra do Trabalho da África do Sul, e presidenta eleita para esta 105ª Conferência, e todos(as) os delegados(as) e Autoridades presentes.
Uma saudação especial ao Senhor, Ronaldo Nogueira, Ministro do trabalho, e aproveito para cumprimentar também toda a delegação brasileira presente e ativa nesta importante conferência.

Companheiros(as), Senhores(as),
Como já temos dito em diversas ocasiões, a Globalização tem sido um processo muito dinâmico, complexo e com dimensões e consequências incalculáveis para os trabalhadores (as) e a sociedade no mundo todo.
A Globalização econômica tem gerado riquezas e contribuído de forma substancial para o avanço da ciência, tecnologia e para o desenvolvimento econômico de muitos países. Porém, também têm sido evidentes os efeitos colaterais desastrosos do processo.
As crises econômicas, climáticas, humanitárias e imigratórias, junto com o aumento do desemprego, as guerras e a pobreza são um sinal vermelho da gravidade da situação pela qual o mundo está passando. Com certeza o planeta está demandando de um modelo e de governanças nacionais e globais mais assertivas.
Neste ano que inicia os preparativos de comemoração do centenário da OIT, os temas e memórias apresentadas pelo diretor Geral, Senhor Guy Ryder, são muito importantes e oportunos para o mundo do trabalho.
É nesse contexto e conjuntura que nós, trabalhadores(as), consideramos importante o papel e o trabalho desenvolvido pela OIT desde a sua fundação, em 1919, na luta pela implementação do Diálogo Social, do Trabalho Decente, fortalecimento da Democracia e a Justiça Social no mundo.
Esperamos avançar no debate e na troca de experiências sobre a Convenção 71, de 1944, que trata sobre a transição para a Paz, e na elaboração de uma nova convenção sobre as Cadeias Globais de Abastecimento, além de continuar nossa luta pela implementação, de fato, dos quatro pilares do trabalho decente, fim do trabalho infantil e forçoso, igualdade de gênero, emprego e oportunidades para os nossos jovens.

O BRASIL É MAIOR QUE A CRISE

O Brasil avançou consideravelmente nos últimos 25 anos. Nessas duas décadas e meia, a política macroeconômica, os investimentos na área social, a luta contra a pobreza, a inclusão social e desenvolvimento sustentável obtiveram êxitos, pelo menos até o ano 2014.
Infelizmente, como já assinalamos acima, o mundo está em crise e no Brasil não é diferente. O nosso país vive um momento muito difícil.
Desde o final do ano de 2014 estamos passando por uma grave crise política, econômica e social que atinge a nossa nação com o aumento do desemprego (hoje são 11,4 milhões de trabalhadores(as) desempregados(as)), altas taxas de juros, recessão econômica, aumento da inflação, informalidade, retirada e ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários e o declínio do diálogo social. Essa crise tem dividido opiniões da sociedade brasileira, inclusive do movimento sindical e da classe política. Mas o fato é que as centrais sindicais brasileiras têm buscado a unidade de ação para enfrentar a grave crise.
Nesse sentido, as centrais sindicais lançaram “O Compromisso pelo Desenvolvimento”, contendo propostas que buscam mudanças na política econômica com geração de empregos, redução de juros e manutenção dos investimentos nas políticas sociais.
Os trabalhadores (as) brasileiros (as) têm sofrido e continuam sofrendo com o sistemático ataque à organização sindical por parte do Estado Brasileiro, por meio da atuação do Ministério Público do Trabalho e o Poder Judiciário contra o sistema de financiamento sindical, práticas antissindicais das empresas com os interditos proibitórios para evitar a greve e ação sindical, dispensa arbitrária de dirigentes sindicais, uma errada interpretação sobre atividades essenciais nas greves, entre outros mecanismos e manobras que afetam direta e gravemente a atuação sindical, a luta e a defesa dos direitos dos trabalhadores (as) do país.
Em razão da reclamação que apresentamos a OIT, foi criado um Grupo Ad Hoc, para encontrar uma saída e uma solução negociada. Porém o diálogo não avançou e as organizações e estruturas sindicais continuam sendo duramente atacadas.
Apesar desse quadro difícil e complexo de nosso país, o movimento sindical brasileiro e os trabalhadores (as) estão comprometidos com a unidade de ação sindical na defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores (as), a negociação coletiva e o diálogo social.
Nesse sentido, atualmente a maioria das centrais sindicais apresentaram uma pauta trabalhista ao Governo Brasileiro, e exigimos respeito aos direitos e fortalecimento da negociação e ao diálogo social.
Denunciamos e rechaçamos a retirada dos direitos e todos os ataques contra os trabalhadores (as) e o movimento sindical que está acontecendo no mundo todo, especialmente nos países do continente americano, entre eles, Honduras, Venezuela, etc.
Por último, como representante da Forca Sindical e da bancada dos trabalhadores aqui representados pelas centrais sindicais do Brasil, queremos manifestar o nosso apoio ao companheiro Guy Ryder, para que continue conduzindo de forma brilhante e comprometida os trabalhos e ações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no próximo período.

Muito obrigado.

OIT---Delegação-
Delegação da Força Sindical na Conferência