“Tem custado muito caro para o País, principalmente para as famílias de menor renda – cerca de dois terços da população do Brasil –, o aperto monetário que o governo vem promovendo no intuito de conter a inflação e alcançar um superávit primário (economia para pagar os juros da dívida).
Em curto espaço de tempo, de janeiro a maio deste ano, o valor despendido pelo governo para o pagamento, aos grandes especuladores, dos juros da dívida interna, foi de R$ 198,8 bilhões, ou R$ 1,3 bilhão por dia, contando sábados, domingos e feriados. Uma alta de 95,8% em relação aos juros pagos no mesmo período do ano passado. É o pior resultado desde 2001.
E enquanto o governo corre atrás de cortes no Orçamento e o Banco Central mantém os juros nas alturas, quem “paga o pato” é a classe trabalhadora, penalizada por uma inflação que os juros, apesar de estratosféricos, não conseguem derrubar. E que o próprio governo, com dificuldades de arrecadar e economizar, também vem sentindo na pele.
Vale ressaltar que, além da inflação alta e dos juros abusivos, o aperto monetário do governo promove, também, a desindustrialização e o aumento do desemprego, provocando queda na produção e restrições ao consumo por meio do encarecimento do crédito. Em suma, trata-se de uma política equivocada do governo que a Força Sindical vem, há muito tempo, combatendo”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical