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Em maio, país tem pior criação de vagas em 2018

Fonte: Folha de S.Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Brasil registrou em maio o pior resultado do emprego formal em 2018.

A criação de 33,7 mil postos de trabalho com carteira assinada, no mês passado, foi o pior patamar do ano e também reflete uma queda em relação a maio de 2017, quando foram geradas 34,3 mil vagas.

Apesar de a diferença ter sido pequena, foi a primeira vez que um saldo mensal em 2018 ficou abaixo do patamar de 2017.

Nos primeiros meses do ano, o presidente Michel Temer comemorou resultados do mercado de trabalho.

Quando o governo divulgou a criação de 115 mil empregos em abril -o melhor resultado para o mês desde 2013-, Temer festejou em sua conta no Twitter: “Os defensores da crise perderam. O otimismo voltou”, escreveu.

Nesta quarta-feira (20), o presidente antecipou o resultado pela internet de maneira objetiva, sem fazer qualquer avaliação dos novos números.

Bruno Ottoni, pesquisador do iDados e Ibre/FGV, aponta que os dados do mês passado refletem uma redução nas expectativas da economia brasileira.

“Aquele otimismo do começo do ano perdeu bastante força e o mercado de trabalho está indo nessa direção”, avalia.

Para Ottoni, os próximos meses podem trazer resultados como o de maio -ou seja, não muito melhores que os de 2017.

“Provavelmente não teremos uma geração tão robusta como se projetava.”

De janeiro a maio, foram criados 381,2 mil empregos. No ano passado, foram encerradas mais de 20 mil vagas –apesar do resultado negativo, o governo comemorou o resultado, que foi melhor do que nos dos dois anos anteriores.

Uma dúvida sobre o desempenho do mercado de trabalho em maio, segundo Ottoni, é o impacto que a paralisação dos caminhoneiros pode ter gerado.

“Um elemento muito relevante da greve foi que adicionou grau de incerteza sobre a economia brasileira. Para um empregador, isso pode levar à postergação de planos”, disse.

O Ministério do Trabalho, que não convocou entrevista para detalhar os dados nesta quarta, divulgou uma avaliação do ministro Helton Yomura, na qual ele classifica a paralisação dos caminhoneiros como um problema pontual “que afetou a economia como um todo”.

Na declaração, o ministro diz que a geração de emprego em maio confirma a “robustez” da economia brasileira.

Com baixíssima popularidade, Temer ancora seu governo, o mais impopular da história –com 82% de reprovação– especialmente na criação de um teto para os gastos públicos e na reforma trabalhista.

Temer e seus ministros argumentam que a mudança na lei trabalhista aumenta a criação de empregos.

Os dados mostram que o saldo positivo em maio foi impulsionado pela agropecuária, com criação de 29,3 mil vagas, e serviços, com 18,6 mil. A construção civil fez 3,2 mil novas contratações.

O pior resultado foi registrado no comércio, que encerrou 11,9 mil empregos. Em seguida, aparece a indústria de transformação, cujas demissões superaram as contratações em 6,5 mil.

Fonte: Folhapress