FONTE: Assessoria de imprensa do Sindicato dos Estivadores de Santos
Os trabalhadores portuários avulsos ligados ao Sindicato dos Estivadores de Santos ameaçam ocupar o navio Maersk Labrea que atracou na manhã de quarta-feira no cais da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), localizado na margem esquerda do Porto de Santos, e deflagrar uma greve nacional. A empresa poderá iniciar as operações a qualquer momento.
A categoria acusa a direção da empresa de descumprir o acordo firmado durante a reunião realizada nesta terça-feira, na sede do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília. O encontro, que contou com a participação de representantes do Sindicato dos Operários (Sintraport), foi intermediado pelos representantes do Governo, José Lopez Feijoó, assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do MTE.
Autoridades, sindicalistas e negociadores da Embraport estabeleceram a data de 8 de outubro para uma nova rodada de negociações, no mesmo local. “A empresa está adotando uma medida unilateral e os trabalhadores vão responder à altura se o navio começar a operar”, disse o presidente dos estivadores, Rodnei Oliveira da Silva.
O dirigente acusa os responsáveis pelo terminal de não considerarem os termos da ata lavrada na reunião. “Além da quebra de palavra e da confiança, a atitude representa uma afronta aos portuários e principalmente um grande desrespeito com o próprio Governo, que designou duas importantes autoridades para mediarem às negociações”.
Dando cumprimento ao que ficou estabelecido, no Planalto, os estivadores encaminharam uma nova contraproposta para a Embraport na tarde desta quarta-feira. “Durante esses 45 dias de negociações estivemos trabalhando pelo método tradicional sem nenhum problema, gerando lucros para a empresa e isso nos foi útil para pensarmos em novas perspectivas para a parceria”. O estudo, segundo Rodnei, prevê a redução de custos operacionais através de um novo modelo de utilização da categoria pelo sistema avulso nos próximos dois anos.
Além do encontro agendado para o início do próximo mês, portuários e empresa voltam a se reunir às 14 horas desta quinta-feira, na sede do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (SOPESP), em Santos. “Estamos fazendo a nossa parte, honrando o que assinamos e acima de tudo buscando o entendimento apesar desse ato covarde e traiçoeiro”, afirmou o sindicalista, que já acionou seus pares visando à realização de uma greve nacional.
Presente na reunião realizada no MTE, o presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Ferreira Barreto, ameaça paralisar os portos brasileiros por conta do impasse. “Se necessário for vamos convocar uma plenária para definir rapidamente uma greve geral e a responsabilidade será dessa empresa que quer a todo custo fomentar o desemprego da categoria”, alertou Barreto, que aguardará o resultado da reunião desta quinta-feira para adotar as demais providências.