Eventual veto ao fator previdenciário pode ser votado em julho, diz Renan

Dilma tem até esta quarta para definir se veta mudança na aposentadoria.
Após reunião com centrais sindicais, Renan disse esperar que não haja veto.

Lucas Salomão
Do G1, em Brasília

O presidente do SenadoRenan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (16) que um eventual veto da presidente Dilma Rousseff às mudanças no cálculo do fator previdenciário, incluída por deputados na medida provisória que modifica o acesso à pensão por morte e aprovada em maio, poderá ser analisado pelo Congresso no próximo dia 14 de julho, caso haja acordo com a Câmara dos Deputados.

A presidente Dilma tem até esta quarta-feira (17) para vetar ou sancionar a mudança no cálculo do fator. De acordo com a lei, cabe ao Congresso Nacional analisar se recusa ou aceita vetos feitos pelo presidente da República.

“A apreciação do veto é hoje uma obrigação constitucional. Nós vamos apreciar o veto no dia 14 de julho, se houver acordo com a Câmara, porque nós anteciparemos essa apreciação. Se não houver acordo com a Câmara, nós vamos apreciar o veto apenas em agosto”, disse Renan Calheiros após se reunir com representantes de centrais sindicais no Senado.

O texto aprovado no Legislativo dentro da MP do ajuste fiscal estabelece a chamada “fórmula 85/95”, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 (mulheres) ou 95 anos (homens). Na avaliação do governo, a mudança significa mais despesas e poderá representar um rombo ainda maior na Previdência no longo prazo.

“Eu, sinceramente, espero que não haja o veto. […] Como houve uma decisão indiscutível, tanto de uma Casa como da outra, é fundamental que nós tenhamos uma data firme para apreciar o veto, se for o caso, que eu espero que não seja”, complementou.

Campanha contra veto
Também nesta terça, os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) lançaram uma campanha de mobilização para que Dilma não vete a mudança promovida pelo Congresso no fator previdenciário.

Durante o lançamento da mobilização, Pinheiro afirmou que, caso Dilma opte por vetar a mudança, os senadores farão outra campanha, desta vez para derrubar o veto presidencial.

“O governo não apresentou qualquer proposta alternativa e há possibilidade de veto presidencial à emenda da fórmula 85/95, aprovada na Medida Provisória 664. A ideia é mobilizar o Congresso Nacional e a sociedade como um todo para se juntar a esta campanha”, destacou Pinheiro.

“Eu ainda acredito que a presidenta Dilma vá atender este apelo e não será necessário fazer a segunda mobilização que é pela derrubada do veto. Mas, se ela vetar, a partir de amanhã começa a segunda mobilização aqui no Congresso”, concluiu o petista.