Por Marli Olmos | Valor
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Governo e indústria voltam a discutir a elaboração de um programa de renovação da frota para tirar os carros velhos das ruas. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, prometeu ontem que o programa estará pronto ainda este ano e passará a vigorar em 2017.
A aproximação da indústria com o governo começou há cerca de dez dias. Total de 19 entidades estão envolvidas no programa. Além da Anfavea, que representa os fabricantes de veículos, a Fenabrave, dos concessionários, e o Sindipeças, da indústria de componentes, aderiram ao grupo representantes dos fabricantes de aço e sindicatos de metalúrgicos.
A renovação da frota, chamada agora pelo presidente da Anfavea, Antônio Megale, de sustentabilidade veicular, é uma antiga discussão que não saiu do papel. A crise econômica fez com que o setor e governo retomassem o debate.
O programa discutido não será, no entanto, baseado em nenhuma inspeção veicular prévia. Megale explica que a adoção de uma inspeção veicular a nível nacional exigiria tempo e uma série de mudanças, que incluem alterações na legislação.
A ideia é lançar um programa espontâneo. Ou seja, seriam dados estímulos para o consumidor de um veículo usado trocá-lo por um novo. Programas nessa linha já foram testados em outros países, como Itália, além da Argentina, onde o chamado programa “canje” (troca) ficou marcado pelo fracasso. Segundo Megale, o grupo envolvido começou a estudar os exemplos de outros países para não correr o risco de repetir erros. Mas Megale diz que percebe agora um envolvimento maior.
Durante a abertura do 26º Congresso da Fenabrave, que reuniu centenas de concessionários de veículos de todo o país, Pereira prometeu empenho para que o programa saia desta vez.
A promessa do ministro surgiu como um alento aos discursos do evento, como o do presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., que informou o fechamento de 1,3 mil concessionárias nos últimos 15 meses.
Apesar da grave situação do setor, as estimativas da indústria apontam para uma recuperação. O presidente da General Motors na América do Sul, Barry Engle, disse que o mercado brasileiro de veículos já chegou “ao fundo do poço” e as vendas dos últimos três meses indicam a tendência de uma retomada.
A GM estima um mercado total de 2,1 milhões este ano e 2,4 milhões no próximo. Segundo Engle, daqui a cinco anos a venda anual de veículos no país estará em 3,4 milhões, volume ainda abaixo dos 3,8 milhões registrados em 2012. Daqui a dez anos, afirmou o executivo, o mercado poderá estar em 4,2 milhões.
Para ele, o crescimento do poder aquisitivo da classe média vai voltar a impulsionar as vendas de carros no país. “Temos um programa de crescimento conservador; pode ser que essa recuperação aconteça antes”, disse Engle. “Lamentavelmente o consumidor está um pouco cauteloso, preocupado com as taxas de juros, a inflação e sempre há um parente que perdeu o emprego. Por isso, ele não compra carros como queremos”, disse.