Dirigentes de algumas das principais centrais sindicais do país reagiram nesta sexta-feira à decisão do governo de cancelar uma campanha publicitária que alertaria os trabalhadores de baixa renda sobre o prazo final para sacar o abono salarial (PIS). Cerca de R$ 1,32 bilhão em recursos, que estão disponíveis na Caixa, retornarão ao Tesouro se não forem sacados até 30 de junho. Para o sindicalista João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, a segunda maior central do país, a estratégia prejudica justamente os trabalhadores mais pobres, com pouco acesso à informação.
— Uma jogada dessa é ruim para o governo, que tem outras ações benéficas para os mais pobres, como o Bolsa Família, por exemplo. Acho que todas as centrais sindicais deveriam se posicionar majoritariamente contra — disse o sindicalista.
Segundo fontes do governo, a campanha publicitária, que havia sido feita em anos anteriores, foi cancelada este ano por orientação do Ministério da Fazenda. Com dificuldade para fechar as contas, a equipe econômica tem usado de todos os meios para reforçar o caixa do Tesouro e assegurar o superávit primário.