A central Força Sindical e o seu Sindicato Nacional dos Aposentados lamentam profundamente o fim da gratuidade nos transportes públicos de São Paulo e da região metropolitana, a partir de 1º de janeiro de 2021, para quem tem entre 60 e 65 anos.
Estas medidas casadas do prefeito Bruno Covas (revogando uma lei de 2013) e do governador João Doria (revogando um decreto de 2014), ambos do PSDB, são de uma crueldade social sem tamanho, algo que ninguém em sã consciência imagina poder ocorrer em período de Natal e em plena crise econômica do coronavírus.
Muitos entre 60 e 65 anos estão sem trabalho, sem renda e, portanto, socialmente mais vulneráveis no difícil período que estamos atravessando.
O passe gratuito representa para estas pessoas um benefício de muita utilidade na mobilidade urbana por ônibus, trens e metrô e não poderia nunca ser retirado. Aliás, há anos temos lutado pela regulamentação da lei que garante o passe livre também para os desempregados.
A incongruência é tão grande que estas medidas do Covas e Doria foram tomadas logo após a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovar para 2022 um reajuste em média de mais de 46% para o salário do prefeito, do vice e dos secretários da capital paulista.
Em um ano que, por causa da pandemia, do desemprego e da persistente crise econômica, foi muito difícil conquistar o reajuste salarial para a maioria das categorias profissionais, estas politicagens causam muita indignação e mais descrédito da população em relação à política.
Esperamos, porém, que os mais diversos segmentos da sociedade, inclusive outras lideranças do PSDB, também se manifestem contra estas medidas antissociais e desumanas e pressionem o prefeito Covas e o governador Doria para que recuem, corrijam estes terríveis erros políticos e sociais e voltem a garantir o passe gratuito para os idosos de todas as idades.
A luta faz a lei!
Miguel Torres – presidente da Força Sindical
João Batista Inocentini – presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical