Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central (NCST) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) estiveram ontem na reunião extraordinária do Conselho da Cidade, em São Paulo, para discutir a redução da tarifa de ônibus na cidade. Até então, as principais centrais trabalhistas do país tinham se mantido distantes dos eventos que têm acontecido em diversas capitais desde a semana passada.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, afirma que, por conta da grande formalização do mercado de trabalho e das conquistas de benefícios como o vale transporte, o preço das passagens não impacta mais de maneira tão direta no bolso do trabalhador.
Por isso, continua, não está entre as discussões fundamentais da central. A mobilidade urbana, porém, é um assunto considerado importante para a entidade, completa. Assim, a Força decidiu junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes antecipar a assembleia da categoria para discutir também as pautas colocadas pelos movimentos sociais.
Vagner Freitas, presidente da CUT, afirma que a juventude da central tem participado das manifestações “enquanto militante” e diz que a entidade não se envolverá institucionalmente nos protestos porque “eles mesmos rejeitam partidarização e bandeiras”. Para Freitas, a CUT já trata de muitos dos temas discutidos pelos manifestantes, ainda que se organize “da forma tradicional”, disse, fazendo referência à articulação do movimento através das redes sociais. O sindicalista ressaltou que a central organizou em julho passado uma passeata pela mobilidade urbana em São Paulo. “Só não tivemos a mesma repercussão”.
Ele nega que a distância institucional dos movimentos se dê pela proximidade com o governo federal. “A referência é nossa base, é com ela que nós não queremos nos indispor. Entendemos que, em uma sociedade democrática, sempre haverá conflitos “, argumenta.
Nailton de Souza, diretor do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, afirma que “as manifestações são legítimas” e que o sindicato “é solidário à luta”. Ele ressalva, porém, que a categoria procura se manter distante das tarifas por querer evitar que suas reivindicações e reajustes sejam vistos como causa dos aumentos de passagens. “Não podemos defender a tarifa zero porque entendemos que isso colocaria nossos empregos em risco”, completa.
Colaboração: assessoria da Força Sindical