A Força Sindical e as demais Centrais vão intensificar a mobilização no sentido de sensibilizar o Congresso Nacional a aprovar a emenda à MP que corrige a tabela do Imposto de Renda em 6,5% a partir deste ano. Esse percentual de reajuste foi aprovado pelos deputados presentes em sessão ocorrida em dezembro de 2014 na Câmara Federal.
O que aconteceu em seguida foi que a correção de 6,5%, após a aprovação da Casa e seu encaminhamento à presidenta Dilma Rousseff, recebeu o veto presidencial. A presidenta afirmou que a correção seria de apenas 4,5%, o que representaria um ônus com o qual o governo conseguiria arcar sem comprometer ainda mais o orçamento público.
Com o veto, a emenda retornou à Câmara Federal, onde deverá ser revista pelos deputados, que decidirão pela manutenção do veto ou por sua derrubada, reajustando a tabela nos 6,5% anteriormente propostos. Existe uma chance real de a proposta inicial ser mantida, e isto preocupa enormemente o governo, que, na visão da Força Sindical, prefere dar continuidade a sua política de arrecadar mais com menor esforço, fazendo com que cada vez mais trabalhadores/contribuintes paguem impostos.
No próximo dia 2 de março, as Centrais estarão realizando, ainda, manifestações por vários Estados do País contra as MPs 664 e 665, que retiram direitos trabalhistas e previdenciários. Antes, ainda nesta semana, sindicalistas vão se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, onde conversarão sobre ambos os temas.
Com a política do governo de manter os juros elevados, prejudicando principalmente os trabalhadores de menor renda, a defasagem da tabela do IR, acumulada de 1996 até dezembro de 2014, alcança 64,28% (hoje, quem recebe acima de R$ 1.787,00 já paga imposto. Com a correção de 6,5%, trabalhadores com ganhos até R$ 1.903,00 estariam isentos e, se não houvesse essa defasagem de quase 20 anos, a isenção do desconto no salário subiria para R$ 2.935,00).
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical