“O governo, pressionado pelas Centrais e ante a iminência da derrubada do veto presidencial à correção de 6,5% na tabela do IR, retrocedeu e apresentou, no dia 10, uma correção escalonada com ajustes que variam de 4,5% a 6,5%, conforme a faixa de renda (quem ganha menos terá correção maior). A nova tabela passa a vigorar já em abril.
Desta forma, quem terá ganho efetivo com a nova medida serão os trabalhadores com renda mensal até R$ 1.903,98, que passarão a ser isentos (antes a isenção atingia os salários até R$ 1.787,78). Um bom começo, mas ainda longe daquilo que queremos. O governo frisou que buscará uma maneira de compensar essa queda na arrecadação.
A política do governo de juros elevados e fazer com que, cada vez mais trabalhadores passassem a contribuir com o Leão, levada adiante por anos, penalizou mais os trabalhadores de menor renda, fazendo com que quem não recolhia IR passasse a contribuir. Com isto, a defasagem da tabela, acumulada de 1996 até o fi nal de 2014, chegou a 64,28%.
As Centrais não vão se contentar com esse pequeno avanço. Vamos continuar pressionando o governo por uma correção que atinja os nossos objetivos, que são repor o tempo e o dinheiro perdido, proporcionar uma melhor distribuição de renda e aquecer a economia.
E sem que os trabalhadores tenham como contrapartida a perda de mais direitos”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, CNTM e Força Sindical