Governo propõe fórum de desenvolvimento produtivo

O governo anunciou ontem o projeto de criação de um Fórum Nacional do Desenvolvimento Produtivo, em parceria com empregadores e trabalhadores, que será coordenado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Inspirado nas extintas “câmaras setoriais”, o objetivo é constituir um foro de debates para identificar problemas e apontar soluções para animar a economia e gerar empregos, com a mediação do governo, para melhorar o ambiente de negócios.

Na próxima semana, a proposta será levada para avaliação do presidente Michel Temer. “A ideia é operacionalizar as mudanças que precisam ser feitas para melhorar a produtividade, o desenvolvimento e o ambiente de negócios”, definiu o ex-deputado Sandro Mabel, assessor especial da Presidência da República, que será um dos coordenadores do projeto.

Mabel explicou que o Ipea e o Dieese farão o apoio de condução dessas políticas. Não serão criados “fóruns individuais” – como no passado havia as “câmaras setoriais” -, mas haverá um fórum nacional, que será permanente, e conduzido por entidades civis, com a mediação do governo.

Participaram da reunião de ontem no palácio, além de Mabel, o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, o deputado Paulinho da Força Sindical (SD-SP), além de representantes da CUT, da UGT, e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“O governo vai coordenar, não vai criar subsídio, não tem mais espaço fiscal para subsídio, o BNDES não pode financiar isso, Estados e municípios também não”, disse Mabel.

Paulinho da Força ressaltou que o fórum poderá ter 16 ramos, que são as cadeias produtivas no Brasil. A prioridade no momento serão cinco ou seis cadeias. Os temas principais são: a renovação da frota de carros e caminhões, a retomada da construção civil, da construção pesada.

A crise na indústria da construção pesada, por causa das grandes empreiteiras implicadas na Lava-Jato, foi discutida. Paulinho da Força cobrou agilidade nos acordos de leniência. “Não pode fechar empresas, porque milhares perdem emprego, o governo precisa fazer uma medida provisória e enviar ao Congresso, o Ministério Público diz que não pode e ninguém tem coragem de falar”, cobrou.