Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
A robotização na fábrica de automóveis da Honda, em Sumaré (SP), é crescente. A montadora vem adotando um número cada vez maior de máquinas em áreas onde é preciso reduzir o esforço humano repetitivo – como soldagem e pintura. Com isso, o trabalhador é poupado de futuras doenças e o ambiente de trabalho fica mais agradável.
“Imagine uma pessoa que tem de fazer o mesmo movimento 1.000 vezes ao dia numa área como a fundição – quente por natureza”, diz Issao Mizoguchi. “Neste caso, a máquina não se cansa e é mais precisa.”
Chamam a atenção a limpeza e a organização dos trabalhadores em áreas novas da linha de montagem. Vestidos de branco, como manda a tradição da casa, os metalúrgicos da área de motores trabalham numa ala onde o chão parece o de um hospital – claro e limpo. A luz natural vinda das telhas translúcidas deixa o local mais agradável.
O que isso interessa para o consumidor? Muita coisa. O bom ambiente de trabalho resulta, principalmente, em veículos de maior qualidade.
Com a compra de robôs e máquinas, a Honda vem verticalizando a produção no Brasil. Há dois anos, incorporou a fundição de motores, a produção de câmbio e de plástico injetado – para fabricar na própria unidade para-choques e todos os componentes externos do painel de seus três modelos Civic, City e Fit.
Mizoguchi diz que o uso de robôs não implica demissões. “Sempre há outras funções onde o trabalhador é aproveitado.” O executivo diz que a empresa investirá cerca de US$ 200 milhões até 2011 para melhorar a competitividade. “Vamos comprar mais maquinário para melhorar a cadência da produção, hoje de um carro a cada 82 segundos”, diz Horário Tuyoshi Natsumeda, diretor senior.