IBGE: Cresce volume de trabalhadores que ganham menos de um salário

O número de trabalhadores que recebem até um salário mínimo por mês cresceu entre 2011 e 2012. É o que mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012. O universo da pesquisa abrange amostra de 147 mil domicílios.

Os trabalhadores com 15 anos ou mais de idade que ganhavam menos de um salário mínimo somavam 26,080 milhões no ano passado – um aumento de 8,8% ante 2011, quando atingiu 23,951 milhões.

Em 2012, o salário mínimo teve reajuste acima da inflação de 7,5%, o maior percentual em seis anos. Com isso, o valor mínimo pago aos trabalhadores no Brasil passou de R$ 545 em 2011 para R$ 622 no ano passado. Em 2011, o aumento real tinha sido de apenas 0,37%.

O IBGE ainda informou que, no ano passado, 43,1% das famílias apresentaram renda média mensal domiciliar per capita inferior a um salário mínimo – o que representa 27 milhões de domicílios.

Na edição referente a 2012, os dados da Pnad sobre  mercado de trabalho foram ajustados, de forma que a idade mínima para investigação passou de dez para 15 anos. A mudança, de acordo com o IBGE, tem por objetivo conciliar a legislação brasileira sobre trabalho infantil, o percentual de crianças no total da população ocupada, a separação clara do trabalho daqueles em idade de trabalhar do trabalho infantil, as recomendações e reflexões mais recentes de especialistas sobre o tema.

Entretanto, o IBGE informa que continuará investigando o trabalho realizado por pessoas com menos de 15 anos de idade para que seja possível acompanhar o trabalho infantil.

Diferença de salários entre homens e mulheres

As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens – e a discrepância entre os salários masculino e feminino aumentou entre 2011 e 2012, mostrou a Pnad.

Em 2012, o rendimento médio mensal real do trabalho dos homens foi de R$ 1.698,00; e o das mulheres, de R$ 1.238,00. Ou seja: na prática, as mulheres ganharam, no ano passado, 72,9% da média salarial dos homens, menos do que em 2011, quando o percentual era 73,7%.

As mulheres também tiveram a maior proporção entre os trabalhadores que ganham menos de um salário mínimo. Do total de mulheres ocupadas no mercado de trabalho em 2012, 33,3% estavam nessa faixa salarial – sendo que,  entre os homens, a parcela dos trabalhadores que ganhavam até um salário mínimo foi menor, de 23,7%.

O instituto informou ainda que, no total de mulheres no mercado de trabalho em 2012, 9% não tinham rendimento ou só recebiam benefícios. O cenário era mais favorável entre os trabalhadores masculinos. Essa classificação respondia apenas por 4,9% do total de homens ocupados no mercado de trabalho, no mesmo ano.