Fabiana Ribeiro
RIO – A família brasileira está ficando menor. É o que já aparece na coleta de dados do Censo 2010 – que, após um mês em campo, visitou 36,4 milhões de residências brasileiras, ou 47% do total estimado. Dados preliminares mostram que caiu, em 10 anos, de 3,79 para 3,37 o número de pessoas por domicílio.
– O IBGE já sinalizava, em pesquisas anteriores, que o número médio de pessoas por domicílio estava em queda. E isso com crescimento do número de domicílios brasileiros, de 44 milhões para uma estimativa de 58 milhões – disse Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE, acrescentando que, em 2000, o Censo apontou 169 milhões de habitantes. – Estimamos que a população chegue aos 192 milhões.
O censo – que já entrevistou 48% da população estimada ou 92,7 milhões de pessoas – também confirma outras tendências observadas em pesquisas na última década. Entre elas, o envelhecimento da população e que as mulheres continuarão sendo maioria no país.
– É natural que tenhamos uma proporção de pessoas acima de 60 superior a de 2000 – afirmou Marco Antônio Alexandre, o gerente técnico do Censo do IBGE.
Nas capitais, ritmo menor, mas não abaixo da meta
Apesar de atrasos na entrega de coletes em estados do Sul e do Sudeste, o ritmo da coleta de dados está acima do esperado, segundo o presidente do IBGE. Em Rondônia, por exemplo, 63% da população já passou pelo censo. No Rio, 49% das já receberam o IBGE em casa. E em São Paulo, 42%. O IBGE informou que o número de respostas via internet é baixo, representando menos de 1% da pesquisa.
– Fechamos agora um terço do período de tempo de trabalho e já recenseamos 48% da população. A tecnologia, o PDA e o processo de transmissão de dados, além da mão de obra treinada, têm facilitado muito o andamento do censo. Dos 314 mil setores, 65 mil já foram concluídos – disse o presidente do IBGE, frisando que capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte apresentam um ritmo menor, mas não abaixo da meta, por causa de problemas operacionais já previstos.
Essas áreas exigem que recenseador trabalhe mais à noite ou no fim de semana, já que muitas vezes as pessoas da casa saem para trabalhar ou estudar na hora que o recenseador vai fazer o trabalho. São municípios que exigem que o recenseador volte mais vezes ao mesmo endereço.