Indústria de transformação paulista fecha 11 mil postos em agosto, diz Fiesp

A indústria de transformação paulista fechou 11 mil postos de trabalho em agosto, o que corresponde a um recuo de 0,49% em relação a julho, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 15, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com ajuste sazonal, o nível de emprego no setor apresentou queda de 0,27% na mesma base de comparação.

“É uma continuidade, um sinal de que o emprego continuará caindo e, infelizmente, isto deve prosseguir até o final do ano”, avaliou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, que não vê tendência de reversão de cenário.

A entidade mantém a previsão de fechamento de 165 mil vagas de trabalho na indústria paulista neste ano. Em 2015, 235,5 mil postos já tinham sido fechados. “Este ano, vamos perder três estádios de futebol, destes construídos para a Copa, cheios de trabalhadores da indústria”, comparou Francini.

Ele lembra que o emprego é a última variável a sofrer e a se recuperar dos efeitos de uma crise econômica. “Por enquanto, estamos vendo apenas redução da taxa de queda”, conclui.

Dos 22 setores monitorados pela pesquisa, 16 tiveram queda do nível de emprego no mês passado, com destaque negativo para produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), onde foram extintos 2,19 mil postos.

Na indústria de produtos alimentícios de São Paulo, foram cortadas 1,98 mil vagas e nas fábricas de produtos de borracha e de material plástico, 1,62 mil postos. Três setores ficaram estáveis e outros três apresentaram variação positiva na ocupação durante agosto, informa a Fiesp.

Das 36 regiões consideradas no levantamento, 28 apresentaram variação negativa no nível de emprego, enquanto quatro registraram aumento de vagas e outras quatro ficaram estáveis.

PIB

Junto com a pesquisa sobre o nível de emprego na indústria paulista em agosto, a Fiesp anunciou nesta quinta uma revisão de sua expectativa ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Agora, a entidade prevê queda de 3% na atividade econômica em 2016, um pouco menos intensa do que a retração de 3,2% da projeção anterior, divulgada em junho.

Para 2017, a Fiesp revisou de 0,6% para 0,9% sua previsão de crescimento do PIB.”Quando projetamos cerca de 1% de crescimento, podemos dizer que paramos de cair. Mas a recuperação será vagarosa”, comentou Paulo Francini.