É fácil para o consumidor perceber que a inflação está pesada. Basta ir ao supermercado ou à feira, abrir suas contas de água e luz, comprar gás ou abastecer seu carro.
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), segundo cálculos do IBGE, ficou, no mês de setembro, em 0,54%, mais do que o dobro da inflação de agosto, que foi de 0,22%.
A alta representa um acumulado de 7,64% no ano, o índice mais elevado para o período desde 2003, quando alcançou 8,05%. Se computarmos doze meses até setembro, a progressão chega a 9,49%.
Enquanto isto, a presidenta Dilma disse que, apesar de todas as dificuldades que o País atravessa, ela consegue ver “uma luz no fim do túnel” ao analisar a atual situação econômica. Só quem não está vendo luz alguma é o povo brasileiro. Economistas estimam que o IPCA feche o ano com um acumulado de inflacionário de 9,53%.
O que ocorre é que as contradições do governo são muito grandes. Ele quer promover o ajuste fiscal aumentando juros, encarecendo o crédito e atacando o poder de compra dos trabalhadores.
Repetimos: enquanto não houver um planejamento voltado ao desenvolvimento do País, com investimentos na indústria, enquanto a rotatividade da mão de obra não for controlada e os juros forem mantidos nas alturas, os trabalhadores vão seguir em baixa. E vamos continuar sem ver a luz.
Miguel Torres