Médico não aceitou laudo de paciente que tem coração funcionando com apenas 17% da capacidade
Foi com a voz ofegante, por causa da insuficiência cardíaca, que o técnico em saneamento José Claudio de Omena, de 52 anos, contou sua história à reportagem do DIÁRIO.
Afastado do trabalho desde janeiro, José Claudio voltou ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) neste mês para uma consulta com um médico perito para prorrogar o recebimento do auxílio-doença, mas o pedido foi negado.
O perito alega que o técnico em saneamento está apto a voltar a trabalhar, mesmo ele tendo apresentado laudos médicos do Hospital do Coração que solicitam o afastamento permanente das funções por causa do problema no coração, que só está funcionando com 17% da capacidade.
“O médico disse que se eu não concordava era só eu ir buscar os meus direitos”, desabafou José Claudio.
A frustração com o caso continua quando o beneficiário menciona o atendimento.
“No posto não tinha copo para tomar água. Passei quase cinco horas na fila sem tomar nada.” Em relação ao médico, o paciente não pondera. “Ele me fez quatro perguntas, desconfiou do meu documento de identidade e só passou o olho na documentação médica.”
José Claudio sofre de insuficiência cardíaca desde 2001. No ano passado, a doença se agravou. Em maio deste ano, ele colocou um marcapasso.
Transplante/ A doença cardíaca de José Claudio é grave a ponto de sua médica encaminhá-lo para realizar uma avaliação para saber se há necessidade de fazer um transplante.
“Tenho medo de precisar de um coração novo. Tenho 1,91 metro e será difícil encontrar outro coração para mim.”