Para o Brasil crescer de forma sustentada, não basta apenas investir nos programas de aceleração do crescimento. O movimento sindical precisa cobrar do governo federal ações para melhorar as condições de trabalho e a falta de mão de obra qualificada e especializada.
A realidade vem mostrando que é urgente a valorização do trabalho. Para tanto, é preciso criar um programa de qualificação profissional, reduzir a jornada de trabalho sem o corte nos salários e melhorar as relações capital e trabalho, com vistas ao aumento da qualidade, da produtividade e dos ganhos dos trabalhadores.
Diminuindo a jornada e pondo um freio nas horas extras, vamos acabar com as doenças ocupacionais e acidentes do trabalho. O país precisar dar trabalho para 6,5 milhões de desempregados por falta de qualificação.
Faltam soldadores, técnicos de manutenção, pedreiros, padeiros, caixas, garçons etc. Embora perto de 6 milhões de trabalhadores já recebam, anualmente, algum tipo de qualificação, será preciso formar mais 1,3 milhão neste ano, quando mais 1,7 milhão de pessoas entrarão no mercado de trabalho.
Os programas de qualificação do governo FHC, que chegaram a treinar 2 milhões de trabalhadores por ano, foram interrompido. O programa similar, tocado pelo Ministério do Trabalho, não treina 300 mil pessoas por ano.
A equipe econômica cortou recursos do orçamento destinados à qualificação. No último ano de seu governo, Lula precisa ouvir três ministérios (Trabalho, Educação, Ciência e Tecnologia), aprovar créditos suplementares e iniciar programa de qualificação significativo.