Os jovens trabalhadores de 20 anos são os que mais trocam de emprego na indústria. É o que mostra levantamento de informações gerenciais sobre o turn over (rotatividade) na indústria, realizado pela Ecobenefícios Good Card, empresa de São Paulo especializada em benefícios corporativos. Foram avaliadas demissões e admissões de um conjunto de 247 mil trabalhadores de empresas do Brasil, total equivalente a 2% dos trabalhadores registrados pela CLT na indústria no País.
O levantamento sugere que os jovens que iniciam a carreira na indústria têm comportamento característico da geração Y, optando por mudanças frequentes de área. 
“Esse comportamento dos mais jovens também pode ser associado à menor carga de responsabilidade familiar, apresentan – do desprendimento muito superior se comparados com os profissionais mais velhos”, afirma o diretor-executivo da Ecobenefícios, Alexandre Leite. 
Segundo o estudo, o turn over de profissionais de até 20 anos envolveu 5,52% dos colaboradores, enquanto a taxa entre os profissionais de 21 a 30 anos foi de 3,36%. Já entre os colaboradores de 31 a 40 anos, a taxa ficou ainda menor, de 2,1%.
Oportunidades
Para a diretora da Trato Gestão de Pessoas, Cejana de Siqueira Freitas, essa maior rotatividade dos jovens trabalhadores se deve às oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho, nesse momento em que a economia brasileira vai bem. “Como os profissionais qualificados estão muito valorizados, é possível mudar de empresa logo no início da carreira”, avalia. Ela admite ainda que os integrantes da geração Y são de fato mais instáveis e imediatistas. Se eles conseguem vislumbrar a oportunidade de ascensão mais rápida em outra empresa, não titubeiam em mudar de emprego. 
O coordenador de Estágio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-GO), Marcelo Melo, acredita que esse comportamento é uma combinação de dois fatores: o comportamento da geração Y, que se cansa mais rápido da rotina e quer respostas imediatas, com o crescimento da economia que está oferecendo muitas oportunidades de trabalho.
“Os mais jovens estão conectados com o mundo por meio da internet. Na rede, eles veem um mundo de oportunidades, tanto para a vida pessoal, como namoro, como para a profissional”, diz.
O fator econômico favorece os jovens profissionais, pois o mercado está valorizando aqueles que têm capacitação. Isso acaba atuando em favor do turn over, esse entra e sai, porque se em determinada indústria o trabalhador não está satisfeito, em outra as oportunidades podem ser melhores, acrescenta Marcelo.

Fonte: O Hoje