“A política de juros praticada ao longo dos anos no Brasil tem sido perversa para com a população brasileira, incluindo os trabalhadores. Isto porque, a política praticada é excludente, ela tira das camadas mais necessitadas o acesso à educação, saúde, moradia, lazer, saneamento básico etc. Os juros altos sugam investimentos, empregos, produção, inviabilizam o crédito, enquanto enchem as burras dos grandes investidores e corporações, que não produzem e vivem de engordar o próprio capital.

O Copom (Comitê de Política Monetária) vai divulgar hoje a nova taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, e a expectativa é que ela seja reduzida. A reivindicação da classe trabalhadora é que os juros sejam cortados sem dó nem piedade para que a economia volte a respirar, a impulsionar os investimentos tão necessários à produção e pare de alimentar o capital especulativo.

A taxa Selic influencia, para cima ou para baixo, as demais taxas do mercado e o volume de dinheiro desviado para o pagamento dos juros da dívida pública, daí sua importância. Sua redução permite liberar recursos para o Estado investir em infraestrutura econômica e social e aliviar a dívida dos trabalhadores com juros dos empréstimos, fatura de cartões, cheque especial e outras prestações, bem como na redução do montante de suas dívidas. Dessa forma, um corte drástico na taxa Selic possibilita uma transferência de renda de uma parcela detentora da riqueza financeira, para uma população mais pobre.

Os juros praticados no Brasil são os maiores do mundo, e isso é uma vergonha. Passou da hora de o Brasil ter juros civilizados, que permitam investimentos na produção, geração de emprego e renda, empréstimos sem taxas abusivas.
Os juros estratosféricos são os grandes vilões da economia. Cobramos coragem do governo para cortar drasticamente os juros e começar a promover a retomada tão esperada da nossa economia, com mais igualdade social”.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato e da CNTM
vice-presidente da Força Sindical

Artigo publicado no Diário de S.Paulo, edição de 19 de outubro de 2016

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