Tânia Monteiro / BRASÍLIA
O ministro do Trabalho, Carlos Luppi (PDT), garante que vai defender junto aos 26 parlamentares do seu partido o valor de R$ 545 para o salário mínimo na votação da próxima quarta-feira. O líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que é deputado do partido de Lupi, desdenha as ameaças do Planalto, diz que não recua dos R$ 560 e arremata: “Não temos carguinhos.”
“Fui voto vencido. Agora, tenho de defender a posição do governo, em nome do acordo feito por uma política salarial para os próximos quatro anos”, disse Lupi ontem ao Estado. Na avaliação dele, a política do mínimo permitirá que se chegue a um reajuste entre 13% e 15%, de 2011 para 2013. A inflação e os gastos do governo são outras duas razões citadas por Lupi para manter o voto nos R$ 545. “É hora de colaborar com o aperto do cinto.”
A posição deixa o Paulinho praticamente sozinho – pelo menos no PDT – na pregação por um salário de R$ 560. “Já reduzimos de R$ 580 para R$ 560”, lembrou o deputado e sindicalista. Ele disse que as centrais sindicais vão promover uma manifestação na quarta-feira, dia agendado para votação do projeto.
Questionado sobre as ameaças que o governo faz aos aliados, de que ficarão sem os cargos ou verbas de emendas se não votarem os R$ 545, Paulinho desdenhou: “Não temos medo de ameaças. Eles vão retaliar o quê? A vantagem é que não temos carguinhos ou emendas para receber. Não temos nada a perder e vamos defender os R$ 560.”
Paulinho espera que rendam votos para a proposta de R$ 560 a insatisfação com os cortes no Orçamento, que atingirão projetos de interesse das bancadas, assim como o corte das emendas individuais e a suspensão das negociações para os cargos de segundo escalão no governo. “Vamos para o voto e vamos ver quem ganha. Estou certo que seremos nós, com os R$ 560.”