Cirilo Junior
O resultado de novembro do emprego industrial, que aponta expansão de 1,1% sobre outubro, a maior da série histórica iniciada em 2001, confirma o processo de recuperação da indústria brasileira.
O dado é um reflexo direto do maior dinamismo que vem sendo observado na produção industrial, segundo avaliação do economista da área de coordenação de Indústria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), André Macedo.
Ele lembrou que o fato de a taxa de novembro ter sido a quinta alta consecutiva ratifica a retomada do nível do emprego na indústria, que teve forte abalo após a crise, com quedas consecutivas de outubro de 2008 a junho de 2009 –período que acumulou queda de 7,3%.
“Esse crescimento nos últimos cinco meses consolidam um crescimento após um período significativo de queda. Nos últimos meses, há, de fato, uma trajetória ascendente do emprego no setor industrial”, avaliou.
Macedo destacou ainda a queda menos intensa do emprego industrial em relação a novembro de 2008. A retração de 4,1% é a menor desde fevereiro de 2008. Nessa comparação, setores que vêm apresentando recuperação mais significativa na produção, como veículos automotores e eletroeletrônicos, registram recuos menores nos últimos meses.
O Ceará foi a única das 14 regiões onde houve avanço, na comparação com novembro de 2008. Foi a segunda alta consecutiva no estado, puxada pelo setor de calçados, cujo nível do emprego subiu 13,5% em relação a igual mês em 2008.
Sobre o fato de o emprego ter crescido tanto, no mesmo mês em que a indústria registrou variação negativa (-0,2%), o economista disse que existe um movimento defasado no número de pessoal ocupado. Acrescenta ainda que a queda observada em novembro não significa que o ritmo de retomada na indústria tenha sido revertido.
Explicação semelhante pode ser aplicada ao resultado da folha de pagamento em novembro. A queda de 0,8% em relação a outubro ainda não significa que haja uma trajetória descendente nos ganhos do trabalhador da indústria. Macedo lembrou que nos dois meses anteriores, a folha de pagamento havia acumulado alta de 2,2%.
“Por enquanto, essa variação negativa não significa uma reversão. Há um saldo líquido na folha de pagamento”, completou Macedo.