Cerca de seis mil trabalhadores metalúrgicos do Estado de São Paulo ligados à Força Sindical entregaram hoje a pauta de reivindicações da campanha salarial à Fiesp (Federação das Indústrias do ESP) e deram prazo até 20 de outubro para o encerramento das negociações, caso contrário, a categoria vai começar a paralisar as empresas.
A passeata realizada hoje de manhã pelos 53 sindicatos de metalúrgicos do Estado e Federação dos Metalúrgicos do Estado, filiados à Força Sindical, reuniu cerca de seis mil trabalhadores metalúrgicos da capital e do Interior, e de outras categorias com data-base no segundo semestre. Só os metalúrgicos somam 700 mil trabalhadores no Estado, com data-base em 1º de novembro.
O movimento começou por volta das 9h, com a concentração na rua Mato Grosso (Higienópolis), passeata até a Fiesp (Federação das Indústrias do ESP), para entrega da pauta de reivindicações da Campanha Salarial, e foi encerrado por volta das 12h30.
Uma comissão de sindicalistas, entre eles, Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, e Francisco Sales Gabriel, o Chiquinho, presidente em exercício da federação, entregou a pauta aos grupos patronais 3 (autopeças), 9 (máquinas, eletroeletrônicos etc.) e 10 (Fiesp, lâmpadas, estamparia de metal, mecânica etc.)
Na pauta, os trabalhadores pedem 12% de aumento salarial, piso salarial de R$ 900, fim da terceirização ilegal, Participação nos Lucros ou Resultados nas empresas com até 30 trabalhadores, redução da jornada de trabalho, entre outras. “A reposição da inflação é indiscutível; não vamos aceitar apenas 2,5% de aumento real, como o que foi dado pelas montadoras, que estão com sua produção no pico e poderiam ter dado mais aos seus trabalhadores”, disse Eleno Bezerra.
Durante a entrega da pauta aos grupos patronais, os sindicalistas deixaram claro que querem rever todas as cláusulas – econômicas, sociais e sindicais) da convenção coletiva, e deram prazo até 20 de outubro para um entendimento. “Se até lá não tivermos um acordo, começaremos a fazer greve a partir do dia 22 de outubro”, disse Eleno Bezerra.
“Esperamos que os sindicatos patronais não fujam da mesa de negociação e não entrem com dissídio coletivo no tribunal”, disse Chiquinho, referindo-se ao fato de alguns sindicatos do Grupo 10 todos os anos recorrerem ao TRT para tentar derrubar cláusulas da convenção, sobretudo as que garantem a estabilidade dos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais. “Faço um apelo para que a Fiesp busque o entendimento”, disse Chiquinho.
Fonte: Imprensa Sindicato