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Manifestação da Força lembra vítimas de acidentes de trabalho

Fotos Jaelcio Santana

Juruna fala dos acidentes

A responsabilidade pelas mortes e acidentes do trabalho é de todos e devemos fazer a nossa parte para acabar com esta situação dramática, declarou Luciano Valadares, diretor do Sindicato Químicos de Santos, indicado para abrir a manifestação sobre o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho, realizada nesta segunda-feiraq (28), pela Força Sindical, na sede da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo). O evento foi apresentado por  Edson Bicalho, presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru.

O presidente Miguel Torres, da Força sindical, participou do evento que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego realizou no Teatro Raul Cortez/Fecomércio, na Bela Vista. O debate foi sobre o reflexo dos acidentes de trabalho na sociedade e contou com representantes da UGT, CUT, Ministério Público do Trabalho, INSS, Fiesp, Fundacentro, Federação do Comércio, auditores Fiscais, técnicos em segurança do Trabalho e CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente), que discute as normas regulamentadoras de segurança no trabalho.

“A falta de capacitação contribui muito para os acidentes”, destaca Melquíades de Araújo, presidente da Fetiasp. O sindicalista diz não entender por quê o Ministério Público não corre atrás de pagamento de salário justo para os trabalhadores e para exigir prevenção para evitar acidentes de trabalho.

A secretária da Mulher da Central, Maria Auxiliadora dos Santos, e Neuza Barbosa, diretora da Fetiasp, destacaram os problemas que atacam as mulheres, como LER/DORT e que o estresse e a depressão já são realidades no mundo do trabalho. Já os sindicalistas Carlos Amorim (Uita); Guido Moretti (Uil); Plinio Sarti (Aposentados); ); Arnaldo Gonçalves, secretário de Saúde e Segurança da Força Sindical; João Scaboli, secretário-adjunto de Saúde e Segurança no trabalho  destacaram a importância da manifestação.

Alberto Almazan, secretário-geral do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho), afirmou que em maio será realizada a Semana de Saúde do Trabalhador, como ocorreu há 35 anos. Já Luís Carlos Oliveira, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos SP, obervou que o Brasil avançou na elaboração das Normas Regulamentadoras (NRs), mas elas não são cumpridas. Falta ação do Ministério do Trabalho e Emprego.

Sergio Luiz Leite, Serginho, presidente da Fequimfar, cobrou mais ação dos fiscais do Ministério. O fiscal demorou 20 dias para comparecer a uma empresa onde o trabalhador teve o braço mutilado, ressaltou.

João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, lembrou a ação dos trabalhadores desde o início do movimento sindical. Hoje, a Central  conta com uma secretaria nacional de Saúde e Segurança e os sindicatos com departamentos para cuidar desta área.  

Nove mortes diárias

Depois de ouvir os depoimentos dos dirigentes sindicais durante a abertura da manifestação, a juíza Alcina Maria Maria Fonseca Beres, da 2ª Região (Campinas), presente no evento, observou que a realidade exposta pelos dirigentes estava muito próxima daquela vivida por ela em seu trabalho. “Há  casos de trabalhador com 22 anos que tem a mão mutilada e um lixeiro que recebe 40 minutos de capacitação e sofre acidente na mão”, disse.

Em 2012 ocorreram nove mortes diárias no Brasil decorrentes de acidentes e doenças do trabalho, segundo a juíza Alcina. Para ela, este  é um quadro de guerra civil que precisa acabar.

A juíza elogiou o convênio firmado entre o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e a Força Sindical para minimizar a realidade dramática dos trabalhadores que sofrem acidentes e doenças do trabalho. Segundo ela, desde 2005, o TRT decide sobre indenizações nesta área e resolveu capacitar os juízes para desempenhar suas funções nesta área.

Já o médico Koshiro Otani defendeu a criação de um poupatempo para conceder auxílio acidentário. “Hoje, o trabalhador sofre um acidente de trabalho e é atendido por um médico particular ou de hospital público. Recebe um atestado médico por um prazo determinado. 16 dias depois do acidente, o trabalhador passa a receber o seguro pela Previdência.Mas, só dois meses depois, consegue ser atendido pelo médico do INSS, que carimba o atestado fornecido pelo médico que o atendeu.  É um processo demorado e o poupatempo resolve o problema”, declara.


Diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Sindicato,
defende normas regulamentadoras

Sindicalistas e técnicos no evento