Alex Ribeiro
WASHINGTON – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na quinta-feira que, com uma taxa básica de juros de 9% ao ano, ele não vê necessidade de rever agora a regra de remuneração da caderneta de poupança.
“Com os juros básicos de 9%, não há a necessidade de mudar a regra da poupança”, disse Mantega, que está em Washington para participar da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Para muitos economistas, a regra atual de remuneração da poupança, baseado na taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, pode ser um obstáculo à queda adicional dos juros. Um dos receios é que haja uma migração em massa de recursos dos fundos de investimentos para a caderneta de poupança.
Ontem, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 9,75% para 9% ao ano e indicou que poderá haver mais cortes daqui por diante.
Mantega evitou indicar qual seria o nível mínimo de juros básicos que exigiria mudanças nas regras da remuneração da poupança. Ele lembrou que há outras variáveis de ajuste em jogo, como a taxa de administração cobrada pela indústria de fundos de investimentos.
Mantega evitou comentar a decisão do BC, mas se disse satisfeito com o corte de juros anunciados pelos bancos. “Estamos no bom caminho”, disse o ministro, que vem cobrando dos bancos privados a redução dos “spreads” cobrados nos empréstimos bancários.