Segundo o superintendente do trabalho e emprego, 32 pessoas foram resgatadas no interior do estado
Superintendência do Trabalho Medeiros suprvisiona condições de trabalho |
Uma triste notícia foi divulgada na terça-feira, 28, por um órgão do Ministério Público do Trabalho e Emprego, no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Grande parte do carvão consumido nas cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, foi produzido a partir de mão de obra análoga à escravidão em cidades do interior paulista.
A informação é da Superintendência do Trabalho e Emprego em São Paulo, que divulgou um balanço da força-tarefa formada por departamentos de fiscalização trabalhista. Chamada de Gato Preto, a operação resgatou, nos últimos dias 21 e 22, 32 pessoas que trabalhavam em condições humilhantes. Ao todo, 14 carvoarias foram vistoriadas nas cidades de Piracaia, Joanópolis e Pedra Bela, todas a menos de 100 km da capital.
“Quase todo o carvão que vem para os supermercados e churrascarias de São Paulo é oriundo dessa região, onde predomina o trabalho semelhante à escravidão. Essa operação representou um golpe nessa chaga do estado”, disse o superintendente regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros.
No balanço da operação divulgado ontem, a força-tarefa verificou trabalho em condição análoga à escravidão em cinco estabelecimentos inspecionados. Em outros três locais foi verificado a existência de trabalho infantil. Cinco adolescentes foram afastados da atividade degradante.
Além disso foram verificados casos onde os salários eram pagos somente a cada três meses. Com isso, os trabalhadores eram obrigados a fazer dívidas no mercado na cidade e pagavam juros por isso.
As condições de trabalhos encontradas nas carvoarias eram degradantes. Trabalhadores eram obrigados a dormir em alojamentos precários, com fiação expostas, operavam maquinário irregular e material químico sem qualquer tipo de operação.
Medeiros vai convocar supermercados e tentar firmar um acordo para que as carvoarias fiscalizadas sejam impedidas de comercializar o produto. Na opinião de João Carlos Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a presença das centrais sindicais é decisiva para a descoberta de novos caso de trabalho escravo. “Isso ainda acontece em várias partes do mundo. Com as centrais, estamos mais atuante e descobrindo mais problemas”, disse.
Clique e leia nota da Força Sindical em apoio à ação da Superintendência do Trabalho