Fonte: Assessoria de imprensa do Sindnapi
A reforma da Previdência tornou-se prioridade para o governo interino de Temer. O projeto do Planalto para o desmonte da Previdência inclui a desvinculação das aposentadorias aos reajustes do salário mínimo, que representa os ganhos de 70% dos aposentados no Brasil.
A investida para desatrelar o Mínimo das aposentadorias se dá pelo fato que, na última década, o piso nacional foi amplamente valorizado e ainda há uma política de reajustes até 2023, já aprovada no Congresso Nacional. O governo argumenta que os reajustes do Mínimo impactam negativamente nos cofres da Previdência, no entanto, existem outros motivos para o ato.
A ideia de desvincular a aposentadoria do Mínimo representaria mais um gesto para o sucateamento da Previdência e um passo para uma futura privatização velada do sistema.
Separar a aposentadoria do Mínimo seria um golpe final sobre o achatamento dos valores dos benefícios, que já acontece gradativamente, levando milhares de pessoas, todos os anos, a receberem o Mínimo. Esse efeito acontece porque o índice de reajustes do Mínimo é sempre maior que o percentual das aposentadorias acima do piso.
Para Carlos Ortiz, presidente do Sindicato dos Aposentados, “reajustes diferenciados já promovem o achatamento, agora, imagine você se eles – governo – desvinculam a aposentadoria do mínimo. Se receber R$ 880 já significa sobreviver, como será, no futuro, viver com menos que o mínimo? “, revolta-se.
O QUE ESTÁ POR TRÁS – Se a desvinculação passar no Congresso em meio ao projeto da Reforma da Previdência, com o desenrolar dos anos, gradativamente, os trabalhadores que se aposentarem sofrerão consequências piores que o atual achatamento provocado pelas diferenças de percentuais de reajustes, já que o benefício pago pela Previdência poderá ser menor que o valor do Salário Mínimo.
Sem efeito imediato, no futuro, a desvinculação tornará os benefícios da Previdência tão superficiais e simbólicos que os trabalhadores, caso planejem uma velhice com dignidade, terão de pagar um plano de previdência privado, atendendo aos anseios do mercado financeiro, que saliva há décadas sobre os mais de R$ 500 bilhões movimentados pela Previdência. “Existem outras formas, como essa, velada, de promover o sucateamento do sistema e a consequente privatização”, destacou João Inocentini, presidente licenciado do Sindnapi.
IMPLANTANDO O TERROR – A pressão do governo é tão forte pela “reforma” nos moldes propostos, que o Planalto lança o terror na população, alegando que, se o projeto não passar no Congresso Nacional, inevitavelmente terão de criar novos impostos.