Estimativa para IPCA subiu de 5,42% para 5,50%; para analistas, PIB deve crescer 6,26%, e não mais 6,06% como havia sido previsto na pesquisa anterior
Fábio Graner, da Agência Estado
SÃO PAULO – O mercado financeiro voltou a elevar a estimativa para a inflação a ser apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010. De acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central (BC), a expectativa para o índice no ano subiu de 5,42% para 5,50%, distanciando-se ainda mais do centro da meta do governo para a inflação no ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2011 ficou inalterada em 4,80%.
No caso da inflação de curto prazo, a estimativa para o IPCA de maio subiu de 0,39% para 0,40%. Para junho, a projeção permaneceu em 0,30%.
A estimativa para a taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2010 manteve-se em 11,75% ao ano. A projeção para a taxa no fim de 2011 subiu de 11,25% ao ano para 11,50% ao ano. Atualmente, a taxa básica está em 9,50% ao ano.
PIB
O mercado financeiro também voltou a elevar a previsão para o desempenho da economia brasileira em 2010. De acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central (BC), no levantamento realizado junto a instituições financeiras a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de um avanço de 6,06% para um crescimento de 6,26%. Para 2011, a previsão para o PIB foi mantida em um crescimento de 4,50%.
No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2010 subiu de 9,54% para 10,30%. Para 2011, a projeção para o desempenho da indústria permaneceu em alta de 5,00%.
Câmbio e contas externas
Os analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2010 ficou em R$ 1,80. Para o fim de 2011, a expectativa para a moeda americana seguiu em R$ 1,85. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2010 ficou em R$ 1,80.
O mercado financeiro também manteve as previsões para o déficit nas contas externas em 2010. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano permaneceu em US$ 49,90 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 58,00 bilhões para US$ 58,85 bilhões.
A previsão de superávit comercial em 2010 subiu de US$ 12,24 bilhões para US$ 13 bilhões. Para 2011, a estimativa para o saldo da balança comercial manteve-se em US$ 5 bilhões.
Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010 em US$ 38 bilhões. Para 2011, a estimativa para o IED permaneceu em US$ 40 bilhões.
Estimativa para IGP-DI em 2010 sobe para 8,24%
O mercado elevou de 8,05% para 8,24% a projeção para o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2010. Para 2011, a projeção se manteve em 5%.
Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), os analistas elevaram de 8,28% para 8,53% a estimativa de alta neste ano e de 4,82% para 4,98% a projeção para 2011. Em relação aos preços administrados, a mediana das estimativas de alta para 2010 caiu de 3,65% para 3,60%. Para 2011, subiu de 4,50% para 4,53%.