Eduardo Campos e Thiago Resende
O Conselho Monetário Nacional (CMN) reafirmou, na sexta-feira, a meta de inflação de 2014 em 4,5% e definiu esse mesmo percentual para 2015. Nos dois casos a banda de tolerância é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. No caso da meta para 2015, o percentual poderá ser alterado em reunião do CMN de junho do próximo ano. O centro da meta está em 4,5% desde 2005. O intervalo de tolerância, a banda de flutuação da taxa de inflação, no entanto, mudou no período ao sair de 2,5 ponto para 2 pontos percentuais em 2006.
Se o BC não cumprir a meta (considerando a margem de oscilação) é obrigado por lei a escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda se justificando. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a presidência do BC era de Henrique Meirelles. Na época, a autoridade monetária prestou esclarecimentos ao então ministro Antônio Palocci. Em 2011, o presidente Alexandre Tombini escapou de escrever tal carta por pouco, já que a inflação fechou em 6,5%, exatamente no teto da meta.
O Banco Central projeta inflação de 6% neste ano; de 5,4% em 2014; e de 5,5% no acumulado de 12 meses até o segundo trimestre de 2015, segundo o relatório de inflação divulgado ontem. Essas estimativas são pelo cenário de referência da autoridade monetária, que leva em conta juros básicos constantes em 8% ao ano e câmbio estacionado em R$ 2,10.