Por Sergio Bueno e Marcos de Moura e Souza
As dez categorias de trabalhadores que assinaram acordos salariais ou concluíram as negociações neste ano no Rio Grande do Sul conseguiram aumentos reais, descontado o INPC, de 1,35% a 7,59%. Metade teve ganhos superiores aos obtidos no ano passado, enquanto a outra metade ficou com índices menores do que os de 2011, conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) e informações dos sindicatos.
Os sindicatos que conseguiram aumentos maiores neste ano foram os dos trabalhadores nas empresas de asseio e conservação do Rio Grande do Sul (7,59% ante 1,88% em 2011), de vigilância do Estado (2,60% ante 1,60%) e de comércio de gêneros alimentícios de Gravataí (1,45% ante 1,07%). Os empregados na construção civil e nas indústrias de móveis de Bento Gonçalves, representados pela mesma entidade, conseguiram avançar de 2,70% para 3,12% e de 1,38% para 2,05%.
Na ponta contrária, tiveram aumentos menores os sindicatos dos trabalhadores nas indústrias de alimentação de Caxias do Sul (1,35% ante 1,51%), dos gráficos também de Caxias do Sul (1,46% ante 1,59%) e dos metalúrgicos da General Motors em Gravataí (2,41% ante 3,94%). Os trabalhadores do comércio varejista de Bento Gonçalves tiveram os ganhos reduzidos de 2,40% em 2011 para 2,01%, enquanto os empregados de postos de combustíveis do Estado oscilaram de 1,44% para 1,43%.
Já os empregados do setor moveleiro e da construção civil de Bento Gonçalves tiveram aumentos reais maiores neste ano porque as empresas estão otimistas com as recentes reduções do IPI e dos juros e com o impacto favorável do aumento do dólar sobre as exportações, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário da cidade, Itajiba Lopes.
Segundo ele, com o cenário mais favorável, os funcionários das indústrias moveleiras conseguiram fechar o acordo na própria data-base, em fevereiro, enquanto em 2011 a negociação só foi concluída em julho. A categoria soma 8 mil trabalhadores nos 18 municípios de atuação do sindicato. De acordo com Lopes, os 2 mil operários da construção civil da região têm data-base em 1º de maio e o acordo já foi negociado, mas será assinado nos próximos dias.
Em Minas Gerais, poucas categorias fecharam acordos salariais nestes primeiros cinco meses do ano. A maior parte das negociações ocorre no segundo semestre. Entre os que já acertaram seus reajustes estão os trabalhadores do setor químico e da indústria de plástico da região metropolitana de Belo Horizonte. Ambos obtiveram aumentos reais maiores que os do ano passado.
Os químicos conseguiram aumento entre 7% e 7,5%. Os preços medidos pelo INPC subiram 5,4%. Segundo Vandeir Messias Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Química, Plástica e Farmacêutica de Belo Horizonte e Região, o acordo deste ano foi melhor do que o do ano passado, quando a categoria teve um aumento médio de 7,5%, mas sobre uma inflação de 6,4%.
O trabalhadores das indústrias do plástico também conseguiram aumento médio de 7,5%, 2 pontos percentuais acima da inflação. No ano passado o aumento foi de 7%. Os químicos somam 18 mil trabalhadores na capital mineira e cidades vizinhas e os trabalhadores das fábricas de plástico, 12 mil. Os pisos foram para R$ 700 e R$ 660.