Metalúrgicos da CUT em São Paulo rejeitam reajuste escalonado

Por Carlos Giffoni | Valor Econômico

Após reunião com dirigentes de 14 sindicatos de sua base na tarde desta quarta-feira, a Federação dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (FEM-CUT) não aceitou a proposta de reajuste salarial escalonado feita pelo setor patronal do Grupo 2 (máquinas e eletrônicos). Cerca de 75,5 mil metalúrgicos fazem parte desse grupo no Estado, segundo a FEM.

Nas empresas em que o acordo ainda não foi fechado, os trabalhadores continuam com a agenda de paralisações. Em algumas delas, foi decretada greve por tempo indeterminado.

A proposta apresentada pelo setor patronal na última quinta-feira garantia reajuste salarial de 6,5% em outubro e outro de 1,5% em março de 2013, o que totalizaria cerca de 8% de reajuste — índice reivindicado pela categoria, com data-base em 1º de setembro.

A FEM disse que aceita negociar outros pontos de sua pauta, mas que o reajuste (de 8%) deve ser pago de uma só vez.

Até agora apenas o grupo de Fundição, que responde por 4 mil metalúrgicos no Estado, fechou acordo com o setor patronal. Após semanas de paralisações e atraso nas jornadas, mais de 1.100 empresas buscaram os respectivos sindicatos da base da FEM em diferentes regiões do Estado para fechar acordo que garanta o reajuste salarial de 8% reivindicado pela categoria. De acordo com a FEM, nessas empresas estão cerca de 75% dos 201 mil metalúrgicos que entraram em campanha salarial neste ano.

No total, a base da FEM representa 250 mil metalúrgicos no Estado, mas os trabalhadores das montadoras não entraram em campanha salarial em 2012, devido a um acordo fechado no ano passado e válido por dois anos.