Paulo Segura Miguel Torres participa do protesto |
Trabalhadores, dirigentes sindicais têxteis, metalúrgicos, da Força Sindical e empresários ligados ao setor têxtil fizeram nesta quarta-feira, 23 de outubro, um protesto contra a importação de produtos chineses que tem causado desemprego e prejuízos à produção nacional.
O protesto foi na entrada no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, na abertura da feira Go Tex Show, promovida para incentivar a importação de produtos chineses em vários segmentos têxteis.
Segundo dados do IBGE, de janeiro a setembro deste ano o setor têxtil demitiuy cerca de 10.400 trabalhadores e o de vestuário, 44.579. Nos primeiros nove meses do ano, as importações de vestuário apresentaram aumento de 8,2% em valor, na comparação com o mesmo período em 2012.
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, CNTM e vice-presidente da Força Sindical, ajudou na organização do protesto e no apoio à categoria textil e propôs fazer uma manifestação maior em frente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em Brasília contra a desindustrialização que atinge várias categorias.
“O pior é que o governo facilita cada vez mais a desindustrialização. Sem a indústria nacional não teremos empregos de qualidade e esta feira tem mais de 600 expositores dizendo como se importa produtos da China”, ressaltou.
Para João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o objetivo da manifestação foi garantir empregos no Brasil e mudanças na política de importação.
A presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e da Conaccovest (confederação do setor), Eunice Cabral, disse que o número de empregados na indústria têxtil e de vestuário caiu de 2,5 milhões para 1,8 milhão nos últimos dez anos. “No estado de São Paulo, perdemos mais de 40 mil postos de trabalho este ano”.
O ato reúne integrantes da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Sinditêxtil-SP, o Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindivestuário), a Força Sindical, o Sindicato da Indústria de Especialidades Têxteis do Estado de São Paulo (Sietex) e a Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas).