O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) rendem neste sábado, 21 de abril, homenagem ao patrono da categoria, Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, morto em 1792.
A escolha do patrono aconteceu em 1956, na 1ª Conferência Nacional dos Metalúrgicos, realizada em Volta Redonda (RJ), onde foi instalada a Usina de Volta Redonda, a primeira usina siderúrgica do Brasil, no dia 9 de abril daquele ano. Esta data também foi escolhida como Dia Nacional dos Metalúrgicos.
Considerado o mártir da Inconfidência Mineira, Tiradentes foi escolhido patrono pelo seu exemplo de luta pela liberdade. Sua figura representa a luta e o anseio permanentes pela liberdade do homem, contra a opressão e a tirania e contra a exploração das riquezas.
“Sua luta resume o desejo de todos os trabalhadores, de um Brasil autônomo, desenvolvido econômica e socialmente, de um futuro melhor para todos os brasileiros. Tiradentes foi enforcado e esquartejado por defender ideais que iam contra os interesses da monarquia portuguesa. Hoje, ainda temos um Brasil muito desigual. Os pobres são excluídos e marginalizados, trabalhadores são mortos nos latifúndios, nos ambientes de trabalho, muitas manifestações são sufocadas, as conquistas históricas e os direitos continuam ameaçados, mas a luta de resistência continua”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato e da CNTM, vice da Força Sindical e um dos líderes do movimento Brasil Metalúrgico.
História
Tiradentes lutou pela independência do Brasil num período em que o país sofria o domínio e a exploração de Portugal. O Brasil não tinha uma constituição, direitos de desenvolver indústrias em seu território e o povo sofria com os altos impostos cobrados pela metrópole. Nas regiões mineradoras, o quinto (imposto pago sobre o ouro) e a derrama revoltavam a população.
Na cidade de Vila Rica (Minas Gerais) e região eram extraídos ouro e pedras preciosas. Os portugueses se apossavam dessas matérias primas e as comercializavam pelos países europeus, fazendo fortuna à custa das riquezas do Brasil. O movimento da Inconfidência Mineira, liderado por Tiradentes, pretendia transformar o Brasil numa república independente de Portugal. Tinha como lema “Libertas Quae Sera Támem”, que quer dizer, na tradução para o Português: “Liberdade Ainda Que Tardia”
Em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimento foi descoberto e interrompido pelas tropas oficiais, a mando do Imperador. Os inconfidentes foram presos e julgados. Para defender seus amigos, Tiradentes assumiu toda a responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte por enforcamento, em 21 de abril de 1792.
O governo fez questão de mostrar em praça pública o seu sofrimento, a fim de inibir a população de fazer manifestações contrárias.