SÃO PAULO – Metalúrgicos que estavam acampados em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) desde a última terça-feira desmontaram o acampamento no início da tarde desta sexta-feira. O acampamento foi uma forma de pressionar os empresários e a direção da Fiesp para abrir negociação com os sindicatos para redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o acampamento foi desmontado para mostrar à população que a intransigência está do lado patronal.
– O patronato vai a Brasília, pressiona os deputados para não votarem a PEC [Proposta de Emenda à Constituição 232/95, que trata da redução de jornada], e eles aqui não negociam – reclamou Torres.
Em um ato simbólico, sete mulheres da Comunidade da Luz, vestidas de baianas, lavaram a calçada da Fiesp e limparam pessoas que passavam pelo local. Elas usaram lavanda e ervas de cheiro, como arruda, manjericão e alecrim. De acordo com Sandra Fátima Ferreira da Silva, os metalúrgicos pediram que elas lavassem o local para “abrir os corações” e permitir o consenso.
– Fizemos o ato para purificar, para ver se isso amolece o coração e abre a cabeça do empresariado para a necessidade de redução da jornada – afirmou Torres.
A Fiesp disse que não se pronunciaria sobre a manifestação dos metalúrgicos.