Metalúrgicos vão novamente às ruas pela Pauta Trabalhista

Paulo Segura

Passeata de metalúrgicos na Avenida das Nações Unidas, com presença de Miguel Torres,
Paulinho da Força, Elza Pereira, diretores e assessores do Sindicato

Jaélcio Santana

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes participou do Dia Nacional de Paralisação pela Pauta Trabalhista nesta sexta-feira, dia 30, promovendo  paralisações e manifestações em todas as regiões da cidade.

Na zona sul, uma das passeatas reuniu cerca de 5 mil trabalhadores de várias empresas – MWM, Dormer, Valeo, Taiff, Greiff, Prada, Brassinter, Nutesteel, entre outras – que seguiram pela Avenida das Nações Unidas até a Ponte do Socorro, onde se juntaram a outros trabalhadores metalúrgicos e participaram de um ato de protesto ao governo federal e pela abertura de negociação da Pauta Trabalhista.

“O Brasil todo está se mobilizando, é a prova que os trabalhadores estão indo atrás das suas reivindicações. O governo tem nos enrolado, a presidente Dilma não cumpriu em nada o compromisso que assumiu com os trabalhadores antes das eleições, mas deu alívio fiscal para os empresários”, afirmou o presidente do Sindicato, Miguel Torres, durante o ato na MWM.

Segundo ele, a política do governo levou ao aumento da inflação e dos juros, que só serve para os banqueiros. “Não tem investimento na produção, no emprego, nos salário, temos que mostrar nossa indignação”, completou.

O deputado Paulinho da Força disse que a presidente Dilma “esqueceu dos trabalhadores e só tem atendido o grande empresariado. O trabalhador quando se aposenta perde 40% do que está ganhando e no momento em que mais precisa. Esse fator previdenciário que estamos combatendo não foi negociado pela Dilma como ela prometeu, por outro lado, ela tem feito desonerações para os empresários que vão custar R$ 18 bilhões aos cofres públicos. O fator, se acabasse, custaria R$ 3 bi”, disse Paulinho.

A diretora financeira Elza Costa Pereira reforçou que os trabalhadores precisam lutar para manter suas conquistas e ampliá-las. “Não adianta falar que já temos isso e aquilo, porque precisamos pensar nas gerações futuras, nos nossos filhos. Vamos sair para as ruas porque o governo não ouve os trabalhadores. É a única forma de sermos ouvidos”, disse.

Paulinho da Força também criticou a política de juros altos e o aumento do salário mínimo, para R$ 722,90 a partir de janeiro de 2014. “Com juro alto, quem tem dinheiro põe na especulação, não põe na produção. Com relação ao mínimo vou fazer uma emenda para que o salário tenha valorização, porque isso ajuda a impulsionar a economia”, disse.

Projeto da terceirização
Os trabalhadores também protestaram contra o projeto 4330, que amplia a terceirização e será votado quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo estarão em Brasília para pressionar pelo arquivamento do projeto.

A Pauta Trabalhista reivindica:

* Fim do Fator Previdenciário
* Jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial
* Política de reajuste para os aposentados
* Mais investimentos em saúde, educação e segurança
* Transporte público de qualidade
* Fim do Projeto de Lei 4330 que amplia a terceirização
* Reforma Agrária
* Fim dos leilões do petróleo

Iugo Koyama

Mobilização na Via Anchieta

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