Na terça-feira, 12 de junho, no 37º Congresso do UAW (Sindicato dos Metalúrgicos Norte-Americanos), que está sendo realizado em Detroit (EUA), o presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, depois de saudar e agradecer o apoio do UAW, denunciou os ataques da direita aos direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora promovidos pelo atual governo federal, com apoio de setores empresariais e parlamentares conservadores e ultra-liberais no Congresso Nacional.
Miguel Torres explicou que após o impeachment da presidente Dilma, a primeira medida do governo Temer foi congelar os investimentos públicos por 20 anos e cortas verbas da educação e saúde. Para ele, começava ali a trajetória de destruição do País que estamos vivendo até hoje. “Depois, o governo fez o projeto da reforma trabalhista, que começou com 12 pontos e terminou com mais de 113 alterações na CLT. O Congresso Nacional não aceitou nenhuma das mais de 12 mil emendas apresentadas durante o processo de votação. Atacaram os direitos e a estrutura sindical, tirando a contribuição. É uma coisa tão orquestrada que, além do Executivo e do Legislativo, envolve também o Judiciário”, diz Miguel Torres.
Miguel Torres disse que apesar de tantos ataques para enfraquecer a mobilização dos trabalhadores e os sindicatos, o movimento sindical vem travando uma luta de resistência e com uma unidade construída na crise. “Um exemplo é que, no ano passado, criamos o Brasil Metalúrgico, com participação de dirigentes metalúrgicos de todo o País e de todas as centrais sindicais, de unidade nas negociações e campanhas salariais e de ação coletiva por um contrato coletivo nacional”, destacou.
ELEIÇÕES
Como parte da luta, Miguel Torres falou da esperança de este ano ocorrer uma mudança no perfil do Congresso Nacional, com eleição de mais dirigentes sindicais, e ampliar debate pela revogação da lei trabalhista. “A maioria dos candidatos nestas eleições é de direita, mas temos esperança de reverter nas urnas essa situação”, afirmou. Finalizando, Miguel Torres disse que, na luta de resistência, há uma frase importante que é Para os trabalhadores, somente a luta faz a lei! “Se não tiver luta e fortes reivindicações, os parlamentares não fazem nada”, afirmou.
Também falaram os dirigentes Mancha, do CSP/Conlutas, e Paulo Cayres, presidente da CNM/ CUT. Mancha lembrou que o ataque aos direitos é mundial, visando aumentar a produtividade das empresas e enfraquecer os sindicatos. Cayres lembrou os programas sociais desenvolvidos no governo do ex-presidente Lula para a população, da sua injusta prisão e apresentou um vídeo do acampamento #Lula Livre, de resistência, em Curitiba.
37º Congresso do UAW
O evento está sendo realizado em Detroit (10 a 14 de junho) e conta com a presença de trinta delegações internacionais, eleições para a nova diretoria do UAW e painéis sobre ataques globais aos direitos da classe trabalhadora, golpes contra a democracia e crescimento político mundial da direita e extrema-direita. No domingo, 10, Miguel Torres, Cayres e Mancha se encontraram com o atual presidente do UAW, Dennis Willians, e outros dirigentes da entidade e de outros países, e na segunda, 11, ocorreu a abertura oficial do Congresso.
* Nesta quarta, 13 de junho, entre 10 e 14h, haverá a eleição para a nova diretoria do UAW.
* Na quinta, 14 de junho, às 10h, ocorre a posse da nova diretoria do UAW.