Em evento realizado nesta sexta, 13 de julho, na sede do Sinthoresp (Sindicato que representa os profissionais que atuam em hotéis, restaurantes, bares e outras empresas do ramo de turismo e hospitalidade em São Paulo e região), na Liberdade, São Paulo, o presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, disse que não vê nada de bom na lei da reforma trabalhista (13.467/2017), nem para a classe trabalhadora nem para as relações de trabalho.
Em sua mensagem ao público presente, formado por profissionais de Recursos Humanos ligados à CAPIH (Comissão dos Administradores de Pessoal da Indústria Hoteleira), Miguel Torres, que preside a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, afirmou que o movimento sindical não se posiciona contra, por exemplo, o negociado sobre o legislado.
“Repudiamos, porém, os ataques aos direitos da classe trabalhadora e à estrutura sindical, pois o movimento sindical sempre exerceu um papel de equilíbrio nas relações entre capital e trabalho”, diz Miguel Torres, acrescentando ainda que é fundamental, para sairmos da crise, o Brasil retomar a rota do crescimento econômico, com geração de emprego de qualidade, garantia de direitos e soberania nacional.
Francisco Calasans Lacerda, presidente do Sinthoresp, considera fundamental a valorização do ser humano e disse que é preciso buscar o equilíbrio nas relações de trabalho para fazer o País voltar a crescer.
Em sua palestra sobre a Reforma Trabalhista (“Causa e Efeito”), o jornalista André Santos, analista político do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e especialista em política e representação parlamentar, disse que o Congresso Nacional foi dominado pelos interesses de mercado e que a reforma trabalhista resultou na precarização, não dinamizou a economia, não gerou emprego nem modernizou as relações de trabalho.
O evento foi apresentado por Daniel Battistini, coordenador da CAPIH e gerente de RH da Rede Accor, e contou com a presença do advogado César Granieri, do SindForte (Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Carro-Forte, Guarda, Transporte de Valores, Escolta Armada e seus Anexos e Afins do Estado de SP).
Miguel Torres encerrou sua participação afirmando que é preciso dar um caminho para a população brasileira contra a crise no País, que é ampla e atinge vários setores da sociedade, e continuar as lutas de resistência nas empresas, garantindo campanhas salariais fortes e as conquistas das convenções coletivas de trabalho. Para ele, temos também que ter a capacidade de mobilizar as pessoas contra a reeleição dos políticos que votaram contra a classe trabalhadora e de atuar pela eleição de mais representantes realmente comprometidos com as questões sociais, trabalhistas e nacionais.
“Defendemos a união da população em torno de um amplo projeto de desenvolvimento, com contrapartidas sociais, investimentos na produção nacional, na saúde, na educação e na segurança pública”, disse Miguel Torres.