Ato Sindical Unitário homenageia trabalhadores vítimas do golpe de 64 – Na tarde de sábado, 1º de fevereiro, aconteceu o Ato Sindical Unitário no Paço Municipal em São Bernardo do Campo. O ato organizado pelas centrais sindicais foi para lembrar e homenagear os trabalhadores e trabalhadoras que sofreram com o golpe militar que completa este ano 50 anos.
Centenas de pessoas lotaram o Auditório Cacilda Becker para homenagear homens e mulheres que lutaram no período da ditadura por melhores condições para todos os trabalhadores brasileiros. As vitimas da ditadura ou seus familiares receberam um diploma de reconhecimento por sua luta em defesa da liberdade e da luta dos trabalhadores.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, lembrou que a Central em conjunto com o Centro de Memória Sindical tem feito um importante trabalho de resgate da história para que não caia no esquecimento a luta de homens e mulheres no período da ditadura. “Devemos levar para as nossas bases a luta durante o regime militar para garantir direitos aos trabalhadores”.
O sindicalista lembrou que nada na vida dos trabalhadores foi conquistado sem luta. “Hoje todos os dias temos que lutar contra as ofensivas patronais para retirada de direitos”, finalizou.
João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário geral da Força Sindical, considera fundamental a participação da Comissão Nacional da Verdade para que as reparações sejam feitas. “Os responsáveis devem ser punidos”. O sindicalista lembra que a luta do passado pelos direitos dos trabalhadores devem ter continuidade com unidade de ação.
Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo esteve no evento e enfatizou que este tipo de evento serve para que as atrocidades ocorridas naquele período não sejam esquecidas. “O regime interrompeu a vida e os sonhos de muitos brasileiros (as) e precisamos manter vivo esse período da história na lembrança de toda a sociedade”.
Rosa Maria, coordenadora da Comissão Nacional da Verdade lembrou que hoje é um momento para recordar o passado sangrento e mostrar o significado que o golpe teve para a classe trabalhadora. “Não estamos levantando apenas as informações do que aconteceu a partir do golpe, mas tudo o que veio antes também”.
Rosa lembra que aconteceram cinco tentativas de golpe antes de efetivamente ele ser realizado. “Esses crimes não tem prescrição e vamos cobrar que a justiça seja feita com aqueles que participaram das prisões de forma arbitrária, tortura e morte de inúmeros trabalhadores.”
Adriano Diogo, da Comissão Estadual Verdade, enfatizou que durante a resistência da ditadura estavam todos juntos e agora na hora de punir os responsáveis devemos estar juntos também. “A investigação não pode se restringir apenas aos militares, mas todos os civis que eram grandes empresários e que contribuiram com a ditadura”.
Joao Vicente Goulart, filho do ex-presidente da República João Goulart (Jango), agradeceu profundamente a homenagem prestada aos trabalhadores e sindicalistas que sofreram com o golpe que foi dado não só contra o presidente Joao Goulart, mas contra todos os trabalhadores brasileiros. “A democracia de hoje foi conquistada com o suor e sangue de centenas de pessoas que ficaram pelo caminho e hoje nosso papel é evoluir com a democracia em nosso país.”
Ruth Coelho, secretária Nacional de Direitos Humanos da Força Sindical disse que esse é o primeiro o ato que marcará o repudio dos trabalhadores contra o golpe que perseguiu principalmente os trabalhadores e o movimento sindical. “Hoje é o momento de fazermos uma importante homenagem àqueles que lutaram nesse período por todos os trabalhadores. A sociedade precisa conhecer essa história e nós não podemos permitir que caia no esquecimento um período que milhares foram perseguidos e mortos.”
Homenagens
Entre as homenagens previstas para o ato de hoje estavam uma apresentação do cantor Paulo Rogério que interpretou canções de resistência ao regime militar. A apresentação teatral do Grupo Solano Trindade representou o momento em que foi instituído o AI-5 Ato Institucional que foi publicado durante o governo militar e serviu de base jurídica ao endurecimento do regime autoritário, dando amplos poderes ao presidente, permitindo o fechamento do Congresso, a cassação de políticos e a suspensão das garantias individuais, possibilitando a perseguição aos inimigos do regime.
Outro momento de homenagem foi quando as vitimas da ditadura ou seus familiares receberam um diploma de reconhecimento por sua luta em defesa da liberdade e da luta dos trabalhadores.
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