Agência Sindical
O governo Temer (PMDB) inverteu a curva ascendente e aplicou apenas o reajuste da inflação ao salário mínimo. Assim, após 13 anos de aumento real, o mínimo obtém a partir de janeiro reajuste de 6,48% (INPC), passando de R$ 880,00 para R$ 937,00. Segundo Nota Técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o benefício impacta 47,9 milhões de brasileiros – da ativa, aposentados ou outros segurados da Previdência.
Os 14 anos de aumento real geraram ganho acima da inflação de 77% para o salário mínimo. Esse crescimento ajudou a movimentar a economia nacional, uma vez que só este ano o mínimo injetará R$ 35 bilhões no mercado de consumo e renderá R$ 18,8 bilhões em arrecadação para o governo.
Mínimo mais alto também empurra pra cima pisos de diversas categorias profissionais, com efeitos positivos em toda a cadeia econômica.
Luta – A recuperação do valor do salário mínimo – achatado pelos governos militares e desidratado nos anos Fernando Henrique – é resultado direto da luta sindical. Vale recordar que, em 2004, as Centrais iniciaram pressão junto ao governo Lula pela recuperação do mínimo. Houve três marchas a Brasília e forte articulação política. Lula iniciou a política de recuperação (em 2006, o aumento real foi de 13,04%), depois reafirmada e oficializada pela presidente Dilma.
Ao congelar o mínimo conforme o INPC, o governo Temer visa, também, aprofundar o arrocho previdenciário, uma vez que 48,3% dos beneficiários recebem até um salário mínimo – e eles representam 68,6% do total de todos os beneficiados pela Previdência.
Nota – Clique aqui e leia a Nota Técnica 166 do Dieese.