Ministro defende redução de IPI para carros fabricados no país

ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) defendeu nesta quarta-feira que o governo reduza o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos fabricados no Brasil.
Segundo ele, o elevado número de carros importados que estão entrando no país e o aumento dos estoques de automóveis nos pátios das montadoras prejudicam a indústria nacional e, consequentemente, reduzem o número de empregos nas fábricas.
“O estoque está alto e praticamente triplicou a importação de carros. Além disso, nós não temos condições de concorrer com igualdade no mercado internacional. O mercado nacional é nossa saída”, disse Lupi.
Os estoques de veículos atingiram 398,8 mil unidades em agosto, o equivalente a 37 dias de vendas, considerando o ritmo atual, o maior período desde novembro de 2008 (56 dias), no auge da crise econômica mundial.

IMPORTAÇÃO
“Temos que pensar com muito cuidado em baixar o IPI ou sobretaxar importações. O governo tem que olhar com muita atenção as medidas necessárias para defender a indústria automobilística nacional”, completou o ministro.
Lupi defendeu também a elevação do Imposto de Importação para os automóveis comprados no exterior, mas, na prática, isso não é possível porque a alíquota já é a máxima (35%) permitida pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
O crescimento nas vendas vem sendo sustentado pelo emplacamento de importados, que cresceu 28,6% em agosto em relação a igual período no ano passado, ante queda de 0,7% nos licenciamentos de veículos novos produzidos no Brasil. A maior parte desses carros, no entanto, é trazida pelas próprias montadoras instaladas no país, principalmente da Argentina e do México, com os quais há acordos para isenção do tributo.

CONTRATAÇÕES
Segundo dados do Ministério do Trabalho, a indústria automobilística contratou 3.366 trabalhadores em agosto. No mesmo período do ano passado, foram abertos 5.606 empregos formais.
“Me preocupa porque teve uma diminuição de praticamente 40% no setor automobilístico. Com isso, pode começar a ter férias coletivas, diminuição da carga horária e das horas extras”, declarou Lupi.

Com TATIANA RESENDE, de São Paulo