Chiara Quintão | De São Paulo
A MRV Engenharia vai implementar hoje o “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção”, no empreendimento Top Life Taguatinga, em Taguatinga, no Distrito Federal. Esta é a segunda vez em que a incorporadora implementa, na prática, o compromisso assumido em agosto de 2012. A primeira experiência foi em Campinas (SP), em fevereiro.
A companhia pretende estender as medidas a todos os seus empreendimentos. A previsão é que o compromisso seja implementado em Piracicaba (SP), em maio, em Serra (ES) e Salvador, até junho e, em canteiros de Ribeirão Preto (SP) e do Recife, no segundo semestre. “Não é possível fazer a gestão de grandes canteiros sem esse pacto, que envolve parceria com sindicatos”, diz o presidente da MRV, Rubens Menin.
Ele espera que o pacto contribua para reduzir a rotatividade dos empregados e melhore a produtividade. Conforme o diretor de relações institucionais da companhia, Sérgio Lavarini, o compromisso abrange o uso prioritário do Sistema Nacional de emprego (Sine) como forma de contratar os trabalhadores. Além disso, os canteiros de obras precisam ter escolas de capacitação dos trabalhadores, incluindo alfabetização.
Serão escolhidos representantes dos trabalhadores para os canteiros de obras. Esses representantes têm seis meses de estabilidade e são responsáveis por levar as demandas dos empregados para a incorporadora. Caso alguma questão não seja resolvida, segundo Lavarini, será encaminhada a outros signatários do compromisso – representantes do setor, do governo e de centrais sindicais. Cada obra pode ser vinculada ao compromisso por 24 meses, prazo que pode ser estendido por mais seis meses.
Em 2012, o nome da MRV foi incluído duas vezes na chamada “lista suja” do trabalho escravo, em julho e em dezembro. O nome da empresa não consta mais dessa lista, ou seja, do cadastro de empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas às de escravos, elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo Menin, o compromisso tinha sido assumido pela MRV em março de 2012, embora a assinatura tenha ocorrido em agosto. A decisão não está relacionada, portanto, à inclusão da companhia na “lista suja” do ministério.