O Governo vai optar por uma medida mais simples para atrelar a remuneração da poupança à taxa Selic
Juca Guimarães
Com a trajetória de queda da Selic (taxa básica de juros), o governo vai adotar um mecanismo de controle para inibir a migração de recursos de outros investimentos, como os fundos de renda fixa, para a poupança.
Para não ter que encarar uma briga longa no Congresso, o governo vai optar por uma limitação apenas para os novos depósitos. Hoje são 100 milhões de cadernetas de poupanças com saldo total de R$ 422,3 bilhões. Para os novos depósitos, a remuneração da poupança ficaria limitada a um percentual da Selic, garantindo assim que a caderneta não supere os fundos. Os depósitos antigos, continuariam rendendo 6% ao ano mais a TR, com Selic integral.
Ontem, o Comitê de Política Econômica do Banco Central reduziu a Selic para 9,75%.
“Se a taxa chegar a 9,5%, o que pode acontecer nas próximas reuniões do Copom, a poupança por não ter raxa de administração e ser isenta de Imposto de Renda certamente vai superar os fundos de renda fixa. Para o governo é ruim, pois com boa parte do dinheiro concentrado na poupança, o financiamento da dívida pública ficaria mais difícil”, disse Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças. “O governo deve limitar o rendimento apenas dos novos depósitos porque é a solução mais simples e rápida”, disse Márcio Cardoso, da Título Corretora.