Mulheres debatem cláusulas da Convenção Coletiva

Duzentas e cinquenta trabalhadoras metalúrgicas participaram na sexta-feira,
23 de agosto, do 5º Encontro do Coletivo de Mulheres Metalúrgicas de São Paulo
e Mogi das Cruzes, no Palácio do Trabalhador, sede do Sindicato.

O encontro foi aberto pela diretora Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher, pela diretora de finanças Elza Pereira, pelo presidente do Sindicato Miguel Torres e por Paulinho da Força, deputado federal e presidente da Força Sindical, com presenças das novas diretoras Yara, Ester, Cristina e Alzira, de Tadeu Morais, Secretário Estadual do Trabalho e Emprego, diretores, assessores e funcionárias do Sindicato.

A diretora Leninha destacou que o evento reforça a luta da mulher por igualdade no mercado de trabalho, nas fábricas e na sociedade em geral.

“A cada encontro estamos ampliando o número de participantes e discutindo temas que despertam o interesse das mulheres trabalhadoras e que estão sendo levados para as demais companheiras nas fábricas. Todas nós vamos, nestes Encontros Coletivos, adquirir cada vez mais subsídios para a nossa luta por mais direitos para a mulher trabalhadora”, afirmou Leninha.

Elza Pereira, diretora de finanças do Sindicato, lembrou que o Sindicato está colocando em prática o objetivo de ampliar a participação de mulheres na diretoria (hoje são seis mulheres diretoras).

“Além deste avanço no Sindicato, temos que melhorar a situação das companheiras no mundo do trabalho, pois elas ganham menos que os homens, mesmo exercendo trabalho igual”, disse Elza, lembrando também que na política demorou muito para a mulher ter direito de votar e ser eleita para cargos de decisão no parlamento e nos executivos. “A luta da mulher não pode ser isolada, precisa ter o apoio do homem para ter mais força e conquista”, disse Elza.

Miguel Torres, presidente do Sindicato e da CNTM, afirmou que o número expressivo de participantes neste 5º Coletivo já demonstra uma grande evolução e o acerto de o Sindicato ter criado o Departamento da Mulher.

“Queremos, hoje, ouvir as companheiras metalúrgicas e inserir suas sugestões na pauta de reivindicações da Campanha Salarial deste ano, pois além de tornar a nossa luta salarial mais representativa irá fortalecer o comando de negociação junto aos setores patronais”, disse Miguel Torres.

Painel Dieese

Camila Ikuta, técnica do Dieese, fez uma apresentação de cláusulas da  Convenção Coletiva da categoria de interesse da mulher metalúrgica que podem ser equiparadas em todos os grupos patronais, as que podem ser melhoradas e fez sugestões para ampliar os direitos sociais das companheiras.

Uma dessas cláusulas é a licença-maternidade de 180 meses, hoje garantida apenas na convenção assinada com o Grupo 3 (autopeças). “Vamos propor novos temas e melhorar as cláusulas que já constam da convenção”, disse Camila.

As trabalhadoras querem que a mãe e o pai tenham direito de levar o filho ao médico sem ter o dia descontado e auxílio-creche em todas as empresas, independentemente do número de funcionárias mulheres.
Elas também apontaram itens que não estão sendo colocados em prática pelas empresas. A questão do assédio moral foi uma delas.

Momento Mulher


                                          Terapeuta Nelma

Um momento especial do encontro foi a palestra “O Caminho das Poderosas”, dada pela terapeuta Nelma Penteado. Logo de início, ela disse às presentes “nunca se permitam acostumar com amor mais ou menos, porque a vida vai te dar menos e você merece mais”.

Nelma ressaltou que a mulher não pode viver isolada, que precisa se unir com outras para resolver suas questões. Disse que a mulher tem que chorar menos e raciocinar mais, ter atitude, ser dona da própria história , reivindicar o que quer e lutar pelo que quer.

A todo momento, a terapeuta dizia para as participantes se voltarem para a colega do lado dizerem determinadas palavras umas para as outras, trocarem abraços, elogios e acenderem a energia positiva que cada uma carrega.

“Coloque a palavra amor em sua vida e cuide das cinco vidas que você tem: profissional, pessoal, espiritual, sensual e afetiva. Você tem que harmonizar essas vidas”, disse. Colocar amor, segundo Nelma, significa ter Alegria, Motivação, Otimismo, Religião, Resistência, Recreação.

Segundo Nelma, vida feliz é uma escolha. “A gente escolhe se quer ser feliz e como lidar com os desafios”, disse.

O encontro foi encerrado com um almoço oferecido pelo Sindicato às trabalhadoras.

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